O sindicato que representa os trabalhadores do setor rodoviário em Niterói (Sintronac) descartou eventual paralisação ou greve caso não seja inserido na negociação do subsídio para o sistema de ônibus municipal.
Na última segunda-feira (14), a entidade reclamou de ter suas propostas ignoradas no estudo de equilíbrio do sistema, encomendado pela Prefeitura de Niterói á Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), concluído no final de julho.
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A única possibilidade de greve, ainda considerada remota pela entidade, é, caso em novembro deste ano, as perdas inflacionárias não sejam repostas no reajuste. Para tal, no entanto, assembleias teriam de ser realizadas.
A categoria reivindica que seja colocada nas políticas públicas de transportes uma cláusula obrigando a reposição das perdas salariais decorrentes da inflação acumulada (a que é medida pelo IPCA) nos últimos 12 meses anteriores à Data-Base, que é em 1 de novembro.
“A partir desse ponto, o que será negociado com os patrões é um percentual de aumento real, mas as perdas salariais têm que estar garantidas. Isso foi decidido na última sequência de assembleias no ano passado”, afirmou o sindicato.
Modelo ideal
Segundo o sindicato, os subsídios propostos pela categoria fazem parte de um conjunto de ações que devem ser tomadas para otimizar o sistema de transporte.
“Não há modal, além dos ônibus, capaz de atender a demanda de passageiros de qualquer cidade. O Sintronac, inclusive, defende o modelo do tarifa zero, que está sendo implementado em Maricá e em mais 68 cidades do país”, prosseguiu a entidade.
Recordando
Trabalhadores do setor rodoviário, da cidade de Niterói, reclamam que as propostas encaminhadas pela categoria para estabelecer o equilíbrio financeiro do sistema não foram levadas em consideração.
O documento foi enviado pelo sindicato à Prefeitura no final de maio, mas, desde então, a entidade afirma não ter recebido resposta.
A Prefeitura de Niterói foi procurada e perguntada sobre o tema, mas não respondeu porque os rodoviários não foram consultados.
O Município limitou-se a dizer que “não houve atraso na entrega do relatório do Estudo de Reequilíbrio Econômico e Financeiro e que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o apresentou no dia 31 de julho, conforme o prazo contratual estipulado. O estudo encontra-se, neste momento, sob análise dos órgãos municipais.”
Subsídios
De acordo com o governo municipal, Niterói segue a estratégia adotada em grandes cidades do país e do mundo para evitar o aumento de tarifa de ônibus é subsidiar a passagem dos usuários, como ocorre em São Paulo, que investe mais de R$ 5 bilhões por ano para manter a tarifa em R$ 4,40; em Brasília, com investimento superior a R$ 1 bilhão para manter a tarifa em R$ 5,50; e em Curitiba, que investe R$ 200 milhões para manter a tarifa em R$ 6.
A Prefeitura enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei para redução da tarifa do sistema de transporte público coletivo de passageiros por ônibus de Niterói. O objetivo é reduzir a tarifa pública, que hoje é de R$ 4,45, para R$ 4,00. A proposta aguarda votação dos parlamentares.
Para obter o desconto na passagem, o cidadão precisará estar cadastrado no Bilhete Único de Niterói e o pagamento será feito por meio de cartão eletrônico. A iniciativa da Prefeitura também anula o impacto para o consumidor de um possível aumento da tarifa, previsto no acordo e pleiteado judicialmente pelas empresas de transportes, no qual a passagem iria de R$ 4,45 para R$ 5,15.