Estado do Rio de Janeiro

RJ tem piores índices de insegurança alimentar do Sudeste

RJ tem piores índices de insegurança alimentar do Sudeste

Foto: Tânia Rêgo – Agência Brasil

Sinal amarelo aceso para a situação da insegurança alimentar no Rio de Janeiro. Em seminário da Comissão de Segurança Alimentar da Alerj, o professor da UFRJ, Paulo Cesar Pereira de Castro Júnior, apresentou dados que atestam: o estado é o que tem mais pessoas passando fome na Região Sudeste.

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Os números constam no Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN), de 2022. Castro destacou que o primeiro passo é trabalhar na construção de políticas públicas de combate à fome e de garantia à segurança alimentar. Além disso, é importante saber qual modelo de sistema alimentar estamos favorecendo.

“Como esses alimentos estão sendo produzidos, comercializados e consumidos. O cenário é difícil e precisamos garantir alimentação adequada à população. A Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) também trouxe um bom elemento, que é o decreto que regulamenta a cesta básica de alimentos”, explicou o professor.

Dados

De acordo com os dados do estudo, o Estado do Rio possui 2,7 milhões de pessoas passando fome – pior índice da Região Sudeste. Além disso, 40% da população fluminense vivencia insegurança alimentar moderada ou grave; 60% enfrenta algum nível de insegurança alimentar; 61% dos domicílios com renda per capita menor que meio salário mínimo estão em insegurança alimentar grave; e 56% dos domicílios onde há pessoas em trabalho informal ou desempregadas vivem insegurança alimentar grave ou moderada. A nível nacional, o Brasil possui 33 milhões de pessoas passando fome, sendo a maioria mulheres pretas que residem em áreas rurais.

Mudanças no modo de vida

Segundo a presidente da Comissão da Alerj, deputada estadual Marina do MST (PT), nas últimas décadas o Brasil atravessou mudanças políticas econômicas, sociais e culturais que implicaram transformações no modo de vida da população e nos hábitos alimentares.

“Atualmente, as principais doenças que afetam a população brasileira deixaram de ser agudas e passaram a ser crônicas. As doenças crônicas são as principais causas de morte entre adultos. A mudança no padrão de alimentação, envolvendo a substituição de alimentos in natura para processados ou ultraprocessados, é um dos elementos chaves para a compreensão desse novo cenário”, explicou.

Niterói se destaca negativamente

O professor Castro Júnior também sublinhou a questão do comércio de alimentos ultraprocessados em escolas e adjacências.

Ele explicou que um estudo conduzido por pesquisadores da UFRJ e Fiocruz para mapear desertos alimentares – regiões onde há privação de alimentos saudáveis – no entorno de escolas públicas e particulares apontou que esses desertos estão em áreas de maior segregação e vulnerabilidade social.

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Além disso, o estudo de Comercialização de Alimentos em Escolas Brasileiras (Caeb-UFRJ) apontou que as cidades de Niterói e Rio de Janeiro apresentam os dois piores cenários de alimentos ultraprocessados comercializados em escolas privadas.

“Os índices de saudabilidade do Rio de Janeiro e de Niterói ficaram com as piores notas. Todas as cidades foram reprovadas, mas essas se destacaram negativamente. No entanto, essa questão está sendo enfrentada através de leis que proíbem os alimentos ultraprocessados nas cantinas desses municípios”, acrescentou Castro Júnior.

 

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