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Riscos dos preenchimentos com produtos permanentes

Riscos dos preenchimentos com produtos permanentes
Especialista explica sobre as complicações a curto
e longo prazo de produtos como PMMA

 

O Polimetilmetacrilato (PMMA), também conhecido com metacril, é uma substância ainda muito utilizada para preenchimentos, geralmente aplicado nos glúteos, porém o produto pode causar diversas complicações. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2016, foram realizadas 4.432 cirurgias plásticas para corrigir defeitos decorrentes da aplicação da substância, de um total de 664.809 operações reparadoras.

O preenchimento de glúteos com a substância a longo prazo costuma formar uma reação de enrijecimento e aspecto de “celulite”. A aplicação pode até mesmo provocar fissuras na pele e muitas dessas complicações são irreversíveis. “Como a substância fica entremeada nos tecidos da pele e músculos, não é possível remover o PMMA sem retirar também parte do tecido da paciente e isso costuma resultar em cicatrizes ou até mesmo deformidades que vão precisar de cirurgias reparadoras”, alerta Matthews Herdy, cirurgião plástico que é membro das sociedades brasileira (SBCP) e americana de Cirurgia Plástica (ASPS).

O cirurgião plástico, Matthews Herdy, explica a importância de verificar os produtos usados em um procedimento e os riscos do uso do PMMA. (Crédito-Divulgação).

A substância pode trazer ainda mais riscos quando aplicada no rosto, como  no caso da Mariana Michelini. Recentemente, ela expôs suas complicações depois de fazer uma harmonização facial. A influenciadora, fez aplicação do produto na região dos lábios, queixo e maçãs do rosto, em 2020. Ela relata que não assinou nenhum termo e quando chegou no local, os materiais já estavam sem lacre e prontos para o uso, e acreditou que o material seria um ácido hialurónico, o mais indicado para preenchimentos na face. Porém, meses após o procedimento, começou a sentir fortes dores nos locais preenchidos.

O profissional procurado para reverter a situação aplicou a enzima hialuronidase que degrada o ácido hialurônico, mas não surtiu efeito, assim veio a desconfiança no material utilizado e a biópsia que comprovou o uso do PMMA. Ela teve que fazer a remoção dos lábios e uma parte do queixo, precisando realizar enxertos. Agora ela está em um processo de reconstrução dos lábios. 

Influencer começou a sentir os sintomas de complicações só 6 meses após a aplicação do produto. (Crédito-Divulgação).

Complicações que podem surgir ao aplicar PMMA

“Algumas pessoas podem desenvolver reações alérgicas ao PMMA e pode demorar meses e até anos para aparecerem  sintomas de complicações”, explica Matthews.  O médico acrescenta as complicações que o produto pode causar:

Inflamação: Os principais sintomas da inflamação são a vermelhidão, inchaço e dor na região da aplicação. 

Granulomas e nódulos: Como o PMMA é uma substância não absorvível pelo organismo, ele pode causar a formação de granulomas e nódulos no local da injeção.

Migração do material: Pode migrar para outras áreas do rosto e outras regiões do corpo, dependendo da área aplicada, causando assimetria e deformidades,

Calcificação: O material pode causar calcificação no local da injeção, um processo degenerativo da região da injeção, levando à formação de nódulos duros e visíveis na pele.

Apesar do Polimetilmetacrilato ser liberado pela  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)

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