Relação Brasil-EUA ganha novo capítulo após encontro entre Lula e Trump

Lula e Donald Trump apertam as mãos após encontro na Malásia | Ricardo Stuckert/Presidência da República
Da Redação, André Freitas, diretor-executivo e repórter do Folha do Leste (26/10/2025, às 12h01) — O território federal de Kuala Lumpur, na Malásia, sediou o esperado encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, neste domingo (26). Eles estão na Ásia participando da 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
A reunião durou cerca de 50 minutos. Acima de tudo, marcou a retomada do diálogo direto entre os dois países após meses de tensão comercial e política. Além disso, reafirmou os históricos laços bicentenários de amizade entre os dois países.
Lula abriu a conversa pedindo a suspensão imediata do tarifaço imposto por Trump sobre as exportações brasileiras. O governo norte-americano havia anunciado, em julho, um aumento de 50% nas tarifas sobre todos os produtos importados do Brasil, medida que impactou setores estratégicos da economia nacional.
No auge da tensão política, Washington revogou vistos de ministros brasileiros, bem como de membros do Supremo Tribunal Federal e familiares. Todavia, ao que parece, haverá o arrefecimento dessas medidas a médio prazo. Principalmente, em razão dos interesses mútuos e de toda farsa construída no que se refere ao país no exterior, cujo caminho natural será o do entendimento.
“O Brasil quer ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos. Não há razão para desavenças. Quando dois presidentes se sentam à mesa e expõem seus pontos de vista, a tendência natural é o entendimento”, afirmou Lula após o encontro.
Participaram da reunião o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
Negociações bilaterais
Logo após o encontro, o chanceler Mauro Vieira informou que Trump autorizou sua equipe a iniciar as negociações para revisar o tarifaço ainda na noite deste domingo, no horário local da Malásia — 11 horas à frente de Brasília.
“A reunião foi muito positiva. O saldo final é ótimo. O presidente Trump determinou o início imediato de um processo de negociação bilateral para resolver a questão das tarifas em pouco tempo”, disse o ministro.
Admiração mútua
Segundo o Itamaraty, o diálogo foi cordial e repleto de elogios pessoais. Trump destacou sua admiração pela trajetória política de Lula e ressaltou a resiliência do brasileiro.
“Trump declarou admirar o percurso político do presidente Lula — duas vezes chefe de Estado, injustamente perseguido, inocentado e eleito novamente. Disse que o vê como um exemplo de superação”, relatou Vieira.
Troca de visitas oficiais
O encontro também abriu caminho para visitas oficiais, conforme disse o chanceler Mauro Vieira. Ele disse que Trump manifestou o desejo de visitar o Brasil, após convite do presidente Lula. Por outro lado, informou que o Lula também aceitou, reciprocamente, ir aos Estados Unidos em breve.
“Trump disse que gosta imensamente do povo brasileiro, e Lula respondeu que vê os Estados Unidos como um parceiro estratégico. Ambos deixaram claro que pretendem reconstruir uma relação baseada no respeito mútuo e na cooperação”, afirmou Vieira.
Com o gesto político em Kuala Lumpur, os dois líderes sinalizam o início de uma nova fase nas relações bilaterais. Afinal, Lula e Trump sinalizaram ao mundo que os próximos capítulos serão de pragmatismo, diálogo e interesse comum. Com isso, saem ganhando o Brasil e os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o comércio e a diplomacia de ambos não só ganham muito como também mostram o fortalecimento e vigor da persistência pelo diálogo.
Em suma, os povos americanos e brasileiros desejam que a fórmula química que misturou óleo e água permaneça incólume.


























