Mirelis Diaz Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó das Bitcoins”, foi presa na última quarta-feira (24) em Chicago, nos Estados Unidos, após passar dois anos foragida.
A mulher, que estava fugindo há dois anos e meio, é acusada de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e integração de organização criminosa.
A prisão foi executada pela Polícia Federal brasileira, em cooperação com o U.S Immigrations and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto norte-americano. Mirelis estava sendo procurada desde 2021, quando seu marido foi preso através da Operação Kryptos.
Após a prisão, “a rainha das criptomoedas”, foi encaminhada para um presídio federal em Chicago. Ela deve ser extraditada para o Brasil nos próximos dias.
“A prisão de Mirelis é um importante avanço nas investigações sobre o caso do ‘Faraó das Bitcoins”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Bruno Calandrini.
“Ela é a última peça importante que faltava para que o esquema fosse desarticulado por completo.”
A investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estima que Mirelis, Glaidson dos Santos e demais sócios da GAS Consultoria tenham movimentado cerca de R$ 38 bilhões em um esquema conhecido como pirâmide financeira e lesado investidores de criptomoedas.
Mirelis, que é venezuelana, é apontada como a principal responsável pela administração financeira da GAS Consultoria. Ela é acusada de ajudar o marido a lavar o dinheiro obtido com o golpe.
A defesa de Mirelis diz que ela é inocente e que foi presa por uma irregularidade formal em seu visto. A defesa também diz que o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus a Mirelis em dezembro de 2022, mas que a ordem de prisão foi expedida antes da decisão do STJ.
O caso do “Faraó das Bitcoins”, é um dos maiores escândalos financeiros da história do Brasil. O golpe causou um prejuízo estimado de R$ 9,3 bilhões a cerca de 127 mil investidores.
Defesa de Mirelis:
A defesa de Mirelis Diaz Zerpa, esposa do “Faraó das Bitcoins”, divulgou uma nota na noite de quarta- feira (24), afirmando que a prisão da venezuelana foi “uma irregularidade formal em seu visto, o que era de seu desconhecimento e de seus advogados, e que está em vias de ser esclarecido.”
A nota cita que, no dia 20 de dezembro de 2022, o Superior Tribunal de Justiça concedeu ordem de habeas corpus a Mirelis e que, portanto, qualquer ordem de prisão eventualmente existente no Brasil seria absolutamente ilegal.
A venezuelana ainda fala que o recesso forense impediu “a apreciação de embargos de declaração que ponderavam duas questões fundamentais que dependem de manifestação no STJ:
1) a sequência de ilegalidades cometidas pela 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro;
2) O descumprimento reiterado, por parte do Juízo da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, das decisões do Superior Tribunal de Justiça, fracionando e fabricando eternas acusações e prisões sucessivas, sempre impedindo o cumprimento das decisões das Cortes Superiores.”
A defesa de Mirelis diz que ela é inocente e que vai recorrer da prisão.