André Felipe de Oliveira Silva, preso com um arsenal de armas dentro do hospital Niterói d’Or, na Zona Sul de Niterói, teve mais um mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor, na manhã desta quinta-feira (23). Os demais membros de sua quadrilha tiveram mandados de prisão cumpridos na Operação Pyramis, da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPRJ), que investiga um esquema de pirâmide financeira.
Proprietário da empresa Atrion Invest, sediada em Niterói, André está na mira de investigação do MP sobre possível pirâmide, sob a fachada de investimentos em cripotomoedas. Ele e a empresa iludiam investidores com a promessa de ganhos de até 15% ao mês, o que foge da realidade de aplicações existentes no Brasil.
Quadrilha
Além de André, acabaram presos André Vitor de Oliveira Silva, irmão do dono da Atrion. Igualmente Giovanni Andrade da Costa, policial civil que fazia a escolta dos irmãos. Do mesmo modo, Suellen Marques Mendonça, ex-esposa de André Felipe. Esta última chegou à 76ª DP (Niterói) amparada por muletas.
A dificuldade de locomoção se deve a uma suposta tentativa de assalto, na qual ela e o então esposo estavam num carro e foram abordados por bandidos. André, que estava armado, reagiu. Um dos criminosos teria morrido. Contudo, Suellen acabou baleada no confronto e foi socorrida ao hospital Niterói d’Or, onde ficou internada.
Enquanto acompanhava a então esposa, André Felipe foi preso em flagrante portando um arsenal de armas de fogo em seu automóvel, em maio deste ano. O suspeito disse à polícia teria registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e que as armas seriam registradas. Depois, afirmou que iria “ajudar os ucranianos na guerra contra a Rússia”. Na ocasião, os agentes o encaminharam 76ª DP e as armas apreendidas.
O golpe
O objetivo da operação: cumprir seis mandados de prisão contra a organização criminosa voltada para a prática de estelionato. O golpe se dá através de supostos investimentos em renda variável por meio da promessa de lucros fixos mensais de até 16% do capital aplicado. Trata-se do conhecido e popular golpe da pirâmide financeira.
Em suma, o MPRJ denunciou 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, estelionatos, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.
Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, estão tendo cumprimento em Niterói e Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, dois dos alvos saíram do país, em setembro de 2022, com destino a Toronto, no Canadá, e são considerados foragidos.
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A firma investia massivamente em marketing, inclusive patrocinando eventos e atletas esportivos, para atrair investidores, que foram lesados com os golpes aplicados.
No curso da apuração, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas de cerca de mais de R$ 77 milhões, montante incompatível com o patrimônio dos integrantes.
Por fim, o nome da operação tem origem no latim, Pyramis, em alusão ao golpe da pirâmide financeira praticado pela organização criminosa.