Trabalhadores de fundações e associações sem fins lucrativos ganham mais que em empresas

Trabalhadores de fundações e associações sem fins lucrativos ganham mais que em empresas | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Em 2023, os trabalhadores de fundações privadas e associações sem fins lucrativos receberam, em média, R$ 3.630,71, valor equivalente a 2,8 salários mínimos. O número é superior à remuneração média do setor empresarial, que pagava 2,5 salários mínimos, aponta levantamento divulgado nesta quinta-feira (18) pelo IBGE.
Apesar disso, tanto as fundações quanto as empresas ficaram abaixo da administração pública, cujo salário médio foi de quatro salários mínimos.
O estudo considera associações comunitárias, fundações privadas, entidades religiosas, instituições educacionais e de saúde sem fins lucrativos, classificadas como Fasfil.
Crescimento do setor
De 2022 para 2023, o número de fundações privadas e associações sem fins lucrativos aumentou 4%, passando de 573,3 mil para 596,3 mil organizações, o que representa 5% do total de instituições formais do país.
As Fasfil empregaram 2,7 milhões de pessoas (5,1% do total de trabalhadores) e pagaram 5% do salário total do país.
Distribuição por atividades
Entre as Fasfil, pouco mais de um terço (35,3%) é classificado como entidade religiosa. A distribuição das demais atividades é a seguinte:
Entidades religiosas: 210,7 mil
Cultura e recreação: 89,5 mil
Desenvolvimento e defesa de direitos: 80,3 mil
Associações patronais e profissionais: 69,5 mil
Assistência social: 54 mil
Educação e pesquisa: 28,9 mil
Meio ambiente e proteção animal / habitação: 626
Outros: 49,1 mil
Do total de trabalhadores nas Fasfil, 41,2% atuam na área de saúde, empregando 1,1 milhão de pessoas. A educação e pesquisa responde por 27,7% e a assistência social, 12,7%.
Gênero e remuneração
As mulheres representam 68,9% dos assalariados das fundações privadas e associações, bem acima da média nacional de 45,5% em todas as organizações. No segmento de educação infantil, elas chegam a 91,7% dos trabalhadores.
Apesar disso, as mulheres recebem 19% menos que os homens nas Fasfil, refletindo desigualdade de gênero presente em todo o mercado de trabalho brasileiro.
Porte das organizações
Em média, as fundações e associações têm 4,5 empregados, mas 85,6% não possuem nenhum trabalhador formal. Apenas 0,7% têm 100 ou mais funcionários.
As atividades com maior número de empregados são:
Hospitais: 269,7 assalariados
Saúde: 132,5
Ensino superior: 73,9
Ensino médio: 73,8
Na base do ranking estão as entidades religiosas, com 0,6 assalariados por instituição.
Importância econômica e social
Para o coordenador de Cadastros e Classificações do IBGE, Francisco Marta, o levantamento mostra a relevância do setor:
“Elas complementam ações do governo em saúde, educação, assistência social, defesa de direitos e meio ambiente, contribuindo significativamente para a riqueza do país”.



























