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Programa “Agora Tem Especialistas” reduz jornada de pacientes no SUS

Programa “Agora Tem Especialistas” reduz jornada de pacientes no SUS | Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A jornada do paciente no SUS pode ficar mais curta com o programa “Agora Tem Especialistas”. A medida foi aprovada pelo Congresso Nacional e busca reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados.

O programa amplia serviços de média e alta complexidade em seis áreas prioritárias: oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Ele conecta pacientes a especialistas de forma mais ágil e eficiente.

Jornada longa e dificuldades

A artesã Regiane Araújo Pacheco, de 40 anos, viveu uma longa espera até conseguir diagnóstico e tratamento corretos. Diagnosticada com artrite reumatoide infantil aos 15 anos, Regiane só recebeu o diagnóstico de lúpus em 2008, após viagens frequentes entre cidades baianas.

“Antes dos 15 anos, tive crises tão fortes que mal conseguia andar. Só depois de passar por vários especialistas consegui diagnóstico correto”, contou Regiane durante o 10º Encontro Nacional de Pacientes, em Salvador.

Objetivo do programa

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Eduardo Martinez, encurtar a jornada do paciente é tão importante quanto aumentar o número de especialistas.

“Antes de chegar ao especialista, o paciente enfrenta todo um trajeto. Muitos passam por médicos que não identificam a doença. O programa Agora Tem Especialistas encurta essa jornada e leva médicos para regiões carentes”, afirmou Martinez.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a aprovação da medida provisória pelo Congresso Nacional foi histórica. Segundo ele, o programa aproxima União, estados e municípios, oferecendo atendimento especializado de forma mais próxima da população.

Atenção primária e contrarreferência

Especialistas destacam que o programa precisa caminhar junto da qualificação da atenção básica. O presidente da SBR cita casos de pacientes que viajam centenas de quilômetros para consultas que poderiam ser feitas perto de casa.

“O ideal é que o médico local siga diretrizes do SUS. Assim, o paciente recebe tratamento próximo de casa e só precisa ir ao especialista quando necessário”, explicou Martinez.

O médico Valderilio Azevedo e a diretora científica da SBR, Licia Maria Henrique da Mota, reforçam que identificação precoce, encaminhamento e contrarreferência eficientes reduzem a jornada de pacientes com doenças crônicas, como artrite e lúpus.

Investimento em atenção primária

O Ministério da Saúde informou que a Atenção Primária à Saúde (APS) recebeu investimentos crescentes. O orçamento passou de R$ 35,3 bilhões em 2022 para R$ 54,1 bilhões em 2024, ampliando a cobertura para cerca de 70% da população.

A APS integra protocolos de qualificação profissional e acompanhamento de condições crônicas. Segundo o ministério, isso contribui para reduzir tempo de espera e melhorar a eficiência do SUS.

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