Produção científica brasileira cresce em 2024 após dois anos de queda

Produção científica brasileira cresce em 2024 após dois anos de queda | Tânia Rêgo/Agência Brasil
Depois de dois anos em queda, a produção científica brasileira voltou a crescer em 2024, com a publicação de mais de 73 mil artigos, um aumento de 4,5% em relação a 2023, segundo relatório publicado pela editora científica Elsevier, em parceria com a agência Bori.
Apesar da retomada, o país ainda precisa aumentar a produtividade para alcançar os patamares anteriores. Em 2021, foram publicados 82.440 artigos científicos.
Crescimento de pesquisadores
O levantamento mostra que a quantidade de pesquisadores brasileiros que publicaram artigos cresceu expressivamente na última década. Em 2004, havia 205 autores a cada 1 milhão de habitantes; em 2024, esse número quase quintuplicou para 932 por milhão.
O estudo foi feito a partir da Scopus, a maior base de dados de literatura científica revisada por pares do mundo, com mais de 100 milhões de publicações editadas por cerca de 7 mil editoras, abrangendo ciência, tecnologia, medicina, ciências sociais, artes e humanidades.
Áreas de maior publicação
As ciências da natureza seguem liderando a produção no Brasil, seguidas pelas ciências médicas. O maior crescimento em 2024 foi registrado em engenharias e tecnologias, com aumento de 7,1% no número de artigos.
Entre 32 instituições de pesquisa brasileiras que publicaram mais de 1 mil artigos em 2024, 29 apresentaram crescimento, com destaque para:
Universidade Federal de Pelotas
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal do Espírito Santo
As três instituições com queda na produção foram:
Universidade Federal de Goiás
Universidade Estadual de Maringá
Embrapa
Panorama mundial
O relatório analisou 54 países com produção anual superior a 10 mil artigos. Quase todos apresentaram crescimento de 2023 a 2024, exceto Rússia e Ucrânia.
A taxa de crescimento composta em 10 anos (2014-2024) mostra que países de alta renda tendem a ter expansão abaixo de 5% ao ano, enquanto países de renda média e baixa, ainda em consolidação científica, apresentam índices mais altos.
Exemplos:
Maiores crescimentos: Iraque, Indonésia e Etiópia
Menores crescimentos: França, Japão e Taiwan
O Brasil ocupa a 39ª posição, com crescimento semelhante a países desenvolvidos como Suíça e Coreia do Sul, mas mostrando desaceleração nos últimos anos.
De 2006 a 2014, a taxa brasileira manteve-se próxima de 12%, caindo bruscamente em 2016. No período de dez anos encerrado em 2014, o crescimento ficou em apenas 3,4%.



























