Flamengo desperdiça título mundial nos pênaltis e PSG fatura taça no Catar

Flamengo desperdiça título mundial nos pênaltis e PSG fatura taça no Catar | Adriano Fontes/Flamengo
O Flamengo esteve a 11 metros da eternidade e, diante do abismo, recuou. Em uma noite de gala no Catar, o Rubro-Negro empatou em 1 a 1 com o Paris Saint-Germain no tempo regulamentar, mas sucumbiu nos pênaltis após uma sucessão de erros que transformaram o favoritismo em drama. No momento em que o futebol deixou de ser tática para se tornar temperamento, o time carioca falhou.
O Jogo: Entre a Estratégia e o Golpe
Desde o apito inicial, o Flamengo de Filipe Luís mostrou personalidade. Com um bloco médio bem estruturado e linhas compactas, o time brasileiro neutralizou a profundidade francesa, forçando o PSG a uma posse de bola estéril. No entanto, o talento individual europeu encontrou uma fenda na armadura rubro-negra.
38’ do 1º Tempo – Gol do PSG: Em uma transição veloz, Kvaratskhelia explorou uma dobra de marcação tardia na ala esquerda, invadiu a área e finalizou com precisão, punindo o único vacilo defensivo do Flamengo na etapa inicial.
O golpe, contudo, não foi fatal. O Flamengo voltou do intervalo com as linhas avançadas e uma postura agressiva, sufocando a saída de bola parisiense.
22’ do 2º Tempo – Gol do Flamengo: Após pressão constante, a arbitragem assinalou penalidade máxima. Com a frieza de quem conhece o atalho do gol, Jorginho deslocou o goleiro e empatou a partida, devolvendo a alma ao torcedor brasileiro presente em Doha.
A Prorrogação: O Silêncio dos Justos
Nos 30 minutos extras, a ambição deu lugar à cautela. O Flamengo, embora organizado, abdicou do risco. O PSG, desgastado, aceitou o veredito das penalidades. O jogo minguou em intensidade, como se ambos os lados estivessem resignados ao julgamento da marca da cal.

Flamengo desperdiça título mundial nos pênaltis e PSG fatura taça no Catar | Adriano Fontes/Flamengo
O Colapso na Marca do Pênalti
A disputa de pênaltis foi um retrato da instabilidade emocional. Mesmo com o PSG desperdiçando duas cobranças e “entregando” a vantagem, o Flamengo recusou o título por quatro vezes.
O Vilão Inesperado: Safonov, o goleiro reserva do PSG, tornou-se o herói da noite. Sem precisar de intervenções milagrosas, ele apenas leu a hesitação nos olhos dos batedores rubro-negros.
As Falhas: Saúl bateu sem convicção; Pedro, geralmente infalível, parou no goleiro e buscou justificativas externas para um erro mental; Léo Pereira sucumbiu ao nervosismo; e Luiz Araújo selou o destino trágico com a última cobrança desperdiçada.
As Exceções: Apenas De la Cruz e Jorginho (no tempo normal) converteram suas chances, saindo ilesos do naufrágio coletivo.

Flamengo desperdiça título mundial nos pênaltis e PSG fatura taça no Catar | Adriano Fontes/Flamengo
Análise Crítica: As Digitais da Derrota
A Gestão de Filipe Luís: A escolha dos batedores será o tema central das discussões. Em uma final de Copa Intercontinental, a hierarquia deve prevalecer. Lançar jogadores sob forte pressão psicológica, preterindo nomes mais experientes, mostrou-se um erro de leitura grave.
A Sombra de Danilo: A ausência do capitão Danilo foi sentida não apenas tecnicamente, mas como liderança vocal. Faltou ao Flamengo a “âncora” necessária para manter o sangue frio quando o PSG abriu a porta para a vitória.
O Fantasma da Hesitação: Se em 1981 a coragem de Zico e companhia não aceitava o “não”, as gerações recentes parecem travar diante do teto de vidro europeu. O Flamengo jogou como igual, mas decidiu como inferior.
O título estava disponível no Catar. O PSG errou o caminho, mas o Flamengo, generoso e hesitante, devolveu o mapa da mina. A história, como se sabe, não costuma oferecer segundas chances a quem tem medo de ser eterno.



























