EsportesFutebol

Duelo entre Philippe Coutinho e Neymar termina em goleada: Vasco 6 x 0 Santos

Philippe Coutinho marca dois gols e brilha em goleada do Vasco contra o Santos de Neymar |

Philippe Coutinho marca dois gols e brilha em goleada do Vasco contra o Santos de Neymar | Matheus Lima/CRV

O Vasco da Gama conquistou uma vitória histórica sobre o Santos, pelo placar de seis a zero — 6×0 — em jogo válido pelo returno do Brasileirão 2025, marcado pelo confronto de dois craques da mesma geração, que jogaram juntos na seleção brasileira e, após suas trajetórias no exterior, voltaram ao Brasil para jogar nos clubes que os revelaram para o mundo: Neymar e Philippe Coutinho.

Expectativa por convocação de Neymar

A partida, com mando de campo do Santos, aconteceu no Morumbis, diante de 55 mil torcedores. A presença maciça da torcida do estádio aumentava o favoritismo do glorioso alvinegro praiano. Somava-se a isso, também, toda atenção e holofotes voltados para Neymar. Principalmente, pela expectativa de sua aparição na convocação da seleção brasileira para os jogos de setembro.

Craque adormecido do Vasco desperta em atuação de gala

Por outro lado, havia o Vasco, precisando desesperadamente da vitória para de sair do Z-4. Quando a bola rolou, o Gigante da Colina parecia ter resgatado aquele canto que vem do coração e traz a Cruz de Malta como seu pendão. Assim como o heroico português, quem brilhou em campo foi Philippe Coutinho. Ele marcou dois dos seis gols do Vasco e iluminou o time em campo na apoteótica vitória.

Neymar chora pensando no futuro

Em contrapartida, Neymar, de quem se esperava brilho e magia, mostrou o lado mais humano do ser humano: o choro. Desfez-se em lágrimas, e o técnico vascaíno Fernando Diniz lhe deu seu ombro para aquele momento. Ambos estiveram juntos na seleção brasileira.

O craque midiático, ídolo global, vivia a derrota mais dura de sua carreira não só pela quantidade de gols que seu time levou. Sobretudo, pela expectativa de voltar à seleção brasileira. Neymar sabe que pouco importa o placar desse jogo, mas o quanto ele não conseguiu produzir em campo para liderar o Santos e levar perigo ao adversário.

O medo de não estar na próxima Copa do Mundo aumenta ao passo que ele não consegue voltar a jogar em alto nível. Pior ainda quando vê um ex-colega de seleção brilhar mais do que ele.

Simbiose entre Vasco e Santos não cabe humilhação

Santos e Vasco se confrontam há 98 anos. Ao longo de todo esse tempo, esse se trata do maior placar de todos os jogos entre as equipes. Além disso, o Vasco também impôs ao Santos um outro registro histórico: o maior revés em diferença de gols em que o Peixe atuou como mandante ao longo de toda história do Campeonato Brasileiro.

Há outros grandes registros históricos envolvendo as duas equipes. Pelé, eleito atleta do século XX, e maior jogador da história do futebol, construiu sua carreira no Santos. Todavia, jamais escondeu que era vascaíno, apesar de seu carinho e identificação com o Santos. Por exemplo, o milésimo gol de Pelé, marcado no Maracanã, aconteceu numa partida do Santos contra o Vasco.

Portanto, diante de tamanha simbiose histórica entre os dois clubes, não nos cabe falar em derrota humilhante. Mesmo que, para o Santos, a dor esteja intensa.

Santos pressiona no primeiro tempo, porém Vasco joga com eficiência

A bola começou a rolar com a torcida empurrando o Santos, que começou acelerado e impondo sua proposta de jogo. Linhas adiantadas, marcação pressionando alto, mas pecando nas finalizações. O Vasco respondeu com frieza e método.

Lucas Pitton marca de cabeça o primeiro gol na goleada do Vasco por 6x0 contra o Santos de Neymar | Matheus Lima/CRV

Lucas Pitton marca de cabeça o primeiro gol na goleada do Vasco por 6×0 contra o Santos de Neymar | Matheus Lima/CRV

Ganhou o meio, esticou Nuno Moreira e achou Lucas Piton livre para abrir o caminho. A partir daí, a narrativa mudou. O Peixe perdeu o prumo. O Cruz-Maltino percebeu o roteiro e acelerou a história.

Lucas Pitton comemora o primeiro gol do Vasco | Matheus Lima/CRV

Lucas Pitton comemora o primeiro gol do Vasco | Matheus Lima/CRV

O Santos tentou construir por dentro, mas errou saídas e passes. O Vasco explorou os lados, rondou a área e controlou o ritmo. Um gol santista chegou a sair, porém o impedimento de Guilherme frustrou a reação. A vantagem mínima do Vasco no intervalo de jogo não dava conforto aos cariocas, e ainda dava ao Santos a esperança de reverter o placar.

Segundo tempo: mar não estava pra Peixe, mas pra Caravela

A etapa final teve início com um Santos em alta tensão, demonstrando que Cleber Xavier havia orientado o time com uma fórmula mágica para virar o jogo. Em cinco minutos, criou pelo menos duas chances muito claras de gol. Entretanto, a fórmula mágica não resolveu o principal problema: pontaria.

Na primeira chance, Leo Jardim defendeu chute de Neymar ao passo que a trave salvou o gol de empate, num belo chute do atacante Barreal.

Eis que surge aquele velho ditado no futebol: quem não faz, leva. O lateral Lucas Piton, autor do primeiro gol, dispara pela esquerda e leva vantagem na disputa com seu marcador. Ele chega à linha de fundo e cruza para o centro da grande área, onde o atacante David emenda um voleio de primeira, marcando  um gol de placa. Novamente, a eficiência decide.

David marcou um golaço de voleio e comemora o segundo gol do Vasco | Matheus Lima/CRV

David marcou um golaço de voleio e comemora o segundo gol do Vasco | Matheus Lima/CRV

Depois do segundo gol, em quinze minutos sairiam mais quatro gols do Gigante da Colina.

Philippe Coutinho ampliou aos 8, decretando 3×0. Três minutos depois, aos 11 minutos, surge o quarto gol, de pênalti: Rayan bate no ângulo direito de Gabriel Brazão, sem chances para o goleiro: 4 a 0 para o Vasco. Goleada construída, apesar de ainda haver jogo pela frente. Entretanto, só dava Vasco.

Após ótima trama do Cruzmaltino pela esquerda, Philippe Coutinho recebeu livre dentro da área, frente a frente com o goleiro Gabriel Brazão. Uma cavadinha bastou para vencer o goleiro e colocar a bola no fundo da rede, marcando o quinto gol do Vasco — o seu segundo — aos 16.

Aos 22, enfim, sai o sexto gol: Tchê Tchê recebe dentro da área, no meio da zaga do Santos, e encobre o goleiro Gabriel Brazão.

Sob protestos da torcida, o Santos tinha dificuldades de produzir e não conseguia fazer mais nada, exceto tentar impedir que situação se agravasse.

Aos 37, até o gol de honra foi anulado: Guilherme recebeu um ótimo passe em profundidade e faz o gol, mas o lance termina anulado por posição irregular no ataque do Santos.

Mas o sétimo gol do Vasco não saiu por um triz, pois a trave salvou o chute do lateral Puma Rodríguez.

Resumo final

Vasco comemora goleada de 6x0 sobre o Santos no Morumbis | Matheus Lima/CRV

Vasco comemora goleada de 6×0 sobre o Santos no Morumbis | Matheus Lima/CRV

O placar refletiu a falta de eficiência do Santos nas finalizações. Por mais que a equipe se impusesse e tivesse domínio da partida, no futebol o que vale é gol. Nas oportunidades que o time criou, finalizou mal. Durante a goleada, os santistas viraram de costas para o gramado, em protesto. Até aí, legítimo. porém, registros de confronto com a polícia nos arredores do Morumbis tiram qualquer razão de quem deseja protestar através da violência.

Já quanto ao Vasco, o resultado não se resume apenas ao placar elástico, pois a equipe deixa a zona de rebaixamento. Agora, respira no 16º lugar com 19 pontos.

Próximos jogos

O Vasco visita o Juventude, em Caxias do Sul, em jogo atrasado da 14ª rodada, com confiança renovada após a goleada histórica. O Santos encara o Bahia, na Fonte Nova, no domingo, buscando reagir no Brasileirão.

FICHA TECNICA

Santos 0 x 6 Vasco

LOCAL – Estádio MorumBis, em São Paulo (SP), 16h
PÚBLICO: 54.474.
RENDA: R$ 4.344.635,00.
ÁRBITRO – Ramon Abatti Abel (SC).
CARTÕES AMARELOS – Hugo Moura, Jair e Tchê Tchê (Vasco); Luisão e Neymar (Santos).
GOLS – Lucas Piton, aos 17 minutos do primeiro tempo; David, aos 6, Phillipe Coutinho, aos 8 e aos 16, e Rayan, aos 14, e Tchê Tchê, aos 22, do segundo tempo.

SANTOS: Gabriel Brazão; Mayke, Luisão, Luan Peres e Souza (Escobar); Zé Rafael (Rollheiser), Gabriel Bontempo (Rincón) e Neymar; Guilherme, Barreal (Caballero) e Tiquinho Soares (Luca Meirelles). Técnico: Cleber Xavier.

VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique, Hugo Moura (Lucas Oliveira), Lucas Freitas e Lucas Piton; Jair (Thiago Mendes), Tchê Tchê e Phillipe Coutinho; Nuno Moreira (GB), Rayan (Puma Rodríguez) e David (Léo Jacó) | Técnico: Fernando Diniz.

Você também pode gostar!

Comments are closed.

Mais emEsportes