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Déficit primário do Governo Central sobe 166% e atinge bilhões em setembro

Déficit primário do Governo Central sobe 166% e atinge bilhões em setembro | Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O déficit primário do Governo Central aumentou em setembro e atingiu R$ 14,5 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. O valor representa alta real de 166,6% em relação ao mesmo mês de 2024, já considerando a inflação medida pelo IPCA.

O resultado reflete despesas crescendo mais rápido que as receitas. Enquanto as receitas líquidas subiram 0,6%, as despesas totais aumentaram 5,7% no período, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (30).

Resultado abaixo das projeções

O desempenho ficou pior do que o previsto pelos analistas do mercado financeiro.

Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, as instituições esperavam déficit de R$ 6 bilhões no mês.

De janeiro a setembro, o Governo Central acumula déficit primário de R$ 100,4 bilhões, queda real de 9,1% frente ao mesmo período do ano passado.

O Tesouro Nacional e o Banco Central somaram superávit de R$ 185,9 bilhões, enquanto a Previdência Social registrou déficit de R$ 286,3 bilhões.

Meta de resultado fiscal

O resultado primário é a diferença entre receitas e despesas, excluindo os juros da dívida pública.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o novo arcabouço fiscal definem meta de déficit zero para 2025, com margem de 0,25 ponto percentual do PIB.

No limite inferior, o governo pode fechar o ano com déficit de até R$ 31 bilhões.

Receita impulsionada pela Previdência

As receitas líquidas subiram 5,8% em valores nominais, com alta real de 0,6%.

O avanço foi puxado pela arrecadação previdenciária, que cresceu 11,9% (R$ 6,2 bilhões).

Segundo o Tesouro, o movimento foi impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e pelo aumento do recolhimento do Simples Nacional previdenciário.

Despesas em alta com saúde e políticas públicas

As despesas totais subiram 11,2% em valores nominais e 5,7% em termos reais.

A maior expansão ocorreu nas despesas discricionárias, que dobraram em relação ao ano passado.

Somente ações de saúde representaram R$ 4,1 bilhões do aumento, seguidas por outras despesas (R$ 2,9 bilhões).

O Tesouro lembrou que o comparativo foi afetado pela antecipação de R$ 4,5 bilhões em precatórios para o Rio Grande do Sul, feita em setembro de 2024 devido à calamidade pública.

Esse fator reduziu artificialmente as despesas de 2024, tornando a alta de 2025 proporcionalmente maior.

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