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Crime organizado amplia uso de óxi e cria minicracolândias na Amazônia

Crime organizado amplia uso de óxi e cria minicracolândias na Amazônia | Divulgação/PF

O avanço do crime organizado na Amazônia intensificou o consumo de óxi, ampliou o domínio de facções e criou minicracolândias em áreas urbanas e indígenas. As conclusões aparecem na nova edição do “Cartografias da Violência na Amazônia”, divulgada nesta quarta (19) durante a COP30, em Belém.

Regiões indígenas viram alvo direto das facções

O estudo revela que facções como o Comando Vermelho ampliaram o tráfico internacional e fortaleceram o microtráfico em cidades como Tabatinga e Benjamin Constant, na tríplice fronteira com Peru e Colômbia.

A dinâmica atingiu com força aldeias do Alto Solimões, onde jovens, entre 12 e 16 anos, passaram a ser cooptados para consumo e distribuição de drogas. Lideranças relatam reuniões noturnas, venda de álcool e circulação de traficantes externos nas comunidades.

Óxi volta a preocupar e provoca desestruturação familiar

O óxi, considerado mais forte que o crack, ganhou espaço nas cidades da região. Autoridades apontam que a droga, barata e altamente destrutiva, tem impulsionado furtos e pequenos roubos cometidos por dependentes químicos.
Famílias relatam perda de controle de crianças e adolescentes atraídos tanto pelo consumo quanto pelo recrutamento para pequenos crimes.

Minicracolândias se consolidam e elevam a insegurança

Tabatinga, Belém do Solimões e Umariaçu registram pontos contínuos de consumo, com presença de mulheres e até crianças. Moradores relatam aumento de violência doméstica, insegurança diária e dependência crescente de drogas baratas.

O estudo revela que 586 mulheres foram assassinadas na Amazônia Legal em 2024, taxa 21,8% superior à média nacional.

Facções controlam metade da região e avançam em rotas ambientais

Segundo o levantamento, 17 facções atuam ativamente na Amazônia Legal, incluindo três grupos estrangeiros. Mais de um quarto dos municípios já tem domínio do Comando Vermelho.

As rotas usadas para transporte de cocaína e skunk também servem para crimes ambientais, como extração ilegal e tráfico de espécies.

Terras indígenas viram corredores logísticos

O Cartografias aponta que 41 terras indígenas do Alto Solimões já funcionam como corredores de circulação, pontos de armazenamento e áreas estratégicas do tráfico.

Lideranças relatam ameaças, endividamento de jovens, ruptura comunitária e presença crescente de álcool e drogas nas aldeias.

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