Carnaval 2025: Botafogo Samba Clube estreia na Sapucaí com desfile glorioso

Gloriosa estreia da Botafogo Samba Clube na Passarela do Samba na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025 | Divulgação/Liga-RJ/S1 Fotografia e Comunicação
A escola de samba Botafogo Samba Clube abriu os desfiles da Série Ouro do Carnaval carioca nesta sexta-feira (28/2), levando para a Marquês de Sapucaí um enredo que celebrou as origens e glórias do Botafogo de Futebol e Regatas. Mesmo com um atraso de 46 minutos devido a complicações no acesso do público, a escola de samba estreante na Série Ouro mostrou que veio para brilhar. Seu desfile mesclou história, tradição e conquistas.
Mesmo antes das considerações acerca do desfile, faz-se necessário registrar a empolgação do dono da SAF do Botafogo, o empresário norte-americano John Textor. Ele desfilou com uma camisa escrito “presidência” nas costas e estava como “pinto no lixo”. Em suma, mostrou-se cada vez mais integrado ao Brasil e ao clube e chegou a dizer que se for da vontade do clube, pode passar a investir no carnaval.
Acertos e adversidades
A agremiação, que recentemente ascendeu à Série Ouro, enfrentou alguns desafios técnicos. Principalmente, o desacoplamento do carro abre-alas e problemas de iluminação na mesma alegoria.

“Para uma escola jovem que veio da Intendente Magalhães ,deu o recado .Claro que com muitos erros ,mas até escolas de sambas veteranas comentem erros. Então, vamos que vamos”, disse a torcedora Fabíola Gomes.
Esses contratempos, infelizmente, podem render penalizações por questões de obrigatoriedade, pois a agremiação excederia o número máximo de alegorias – três. Entretanto, não ofuscaram o brilho geral do desfile.
“Desfile maravilhoso com alguns contratempos que é normal de quem sai da Intendente para a Sapucaí, cada desfile vamos evoluir e rumo ao grupo especial”, diz o torcedor Rafael Nery.
A Botafogo Samba Clube soube aproveitar o espaço da Sapucaí. O experiente carnavalesco Alex de Souza apresentou um desfile com soluções criativas e conjunto visual grandioso nas alegorias e fantasias.
Bateria e samba-enredo: coração e sangue

Bateria da Botafogo Samba Clube deve garantir nota 10 | Divulgação/Liga-RJ/S1 Fotografia e Comunicação
A bateria, comandada pelo mestre Branco Ribeiro, um dos pontos altos do desfile, manteve um ritmo contagiante e convenções variadas, que empolgou a plateia. O samba-enredo, interpretado pelo talentoso Emerson Dias, teve rendimento musical surpreendente, apesar da simplicidade poética da letra.

“Manequinho” Emerson Dias, puxador da Botafogo Samba Clube no Carnaval 2025 | Divulgação/Liga-RJ/S1 Fotografia e Comunicação
Nesse sentido, vale destacar a energia e desempenho do intérprete Emerson Dias – fantasiado de Manequinho – com direito a “xixi” artificial. Ele, juntamente com seus auxiliares do carro de som, garantiram que o canto do samba funcionasse nas alas.
Viagem no Tempo
O enredo “Uma gloriosa história em preto e branco” conduziu o público por uma jornada que começou com a etimologia do nome Botafogo, passando pelas conquistas e ídolos do clube. A comissão de frente, coreografada por Jardel Augusto Lemos, encenou a chegada do galeão São João Baptista, apelidado “Botafogo”, e sua transformação em um time de futebol glorioso.

Botafogo Samba Clube Carnaval 2025: comissão de frente | Divulgação/Liga-RJ/S1 Fotografia e Comunicação
A narrativa seguiu com a Belle Époque botafoguense, representada pelo Pavilhão Mourisco e pelas damas de época, e culminou nas conquistas esportivas do clube, incluindo o recente título da Libertadores de 2024.
Harmonia e Evolução

Malu Torres, rainha da bateria | Divulgação/Liga-RJ/S1 Fotografia e Comunicação
A harmonia da escola conseguiu, na maior parte do tempo, fazer um desfile fluido e bem organizado, apesar da necessidade de correr no final para não ultrapassar o tempo limite.
De igual forma, a evolução dos componentes mostrou que a Botafogo Samba Clube, mesmo estreante na Sapucaí, soube ocupar o espaço com grandeza e competência.
Comissão de Frente e Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Coreógrafo Jardel Augusto Lemos Botafogo Samba Clube Carnaval 2025 | Divulgação/Liga-Rj/S1 Fotografia e Comunicação
A comissão de frente, com seus chapéus de caravela e luzes de LED, foi simples, mas criativa, capturando a essência do enredo. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Moreira e Beatriz Paula, brilhou com trajes que remetiam às batalhas navais, garantindo notas máximas e arrancando aplausos da plateia.
Conjunto Visual Criativo e Grandioso

As alegorias e fantasias, de bom gosto, em termos de luxo e beleza, cumpriram o que se espera de uma agremiação que desfila na Marquês de Sapucaí. O abre-alas, inspirado no Pavilhão Mourisco, trouxe um visual imponente, apesar dos problemas técnicos.
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O segundo setor, que celebrou a fusão entre o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club, emocionou corações, com destaque para a homenagem aos ídolos do clube, como Garrincha, Jairzinho e Heleno de Freitas.
Por fim, o terceiro setor, dedicou-se às glórias esportivas e encerrou o desfile com chave de ouro. Sobretudo, celebrando conquistas recentes, como a Taça Libertadores e o Campeonato Brasileiro, em 2024.
Avaliação final
A Botafogo Samba Clube entregou um desfile consistente e emocionante, que deve garantir uma posição intermediária na classificação. Dificilmente estará entre as cinco primeiras, mas qualquer rebaixamento representará injustiça diante do tamanho e da qualidade do desfile.
A escola mostrou que, mesmo estreante na Série Ouro, tem potencial para crescer e se firmar como uma das grandes do Carnaval carioca. Com notas máximas em bateria, mestre-sala e porta-bandeira, e enredo, a Botafogo Samba Clube provou que sua história gloriosa em preto e branco também pode brilhar na avenida.
Em resumo, o desfile da Botafogo Samba Clube transcendeu o realismo, transformando-se em uma celebração quase mística do clube e sua torcida. A estrela solitária, símbolo do Botafogo, iluminou não apenas a avenida, mas também o coração de cada botafoguense presente. Tomada por um por um mar de emoção, história, o futebol e o samba se fundiram em um único grito: “Sou Botafogo até morrer!”.