Botafogo vira sobre o Fortaleza, vence por 4 a 2 e encerra o Brasileirão sem a vaga direta na Libertadores

Botafogo vira sobre o Fortaleza, vence por 4 a 2 e encerra o Brasileirão sem a vaga direta na Libertadores | Vitor Silva/Botafogo
Por Enzo Carvalho, do RIO DE JANEIRO, às 19h10 — O Botafogo terminou sua campanha no Brasileirão 2025 neste domingo (7), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, com uma virada por 4 a 2 sobre o Fortaleza, em um jogo vivo, cheio de emoções e marcado por decisões do VAR que influenciaram o ritmo da partida. A vitória encerra a campanha com um recado técnico: quando a equipe encaixa sua mecânica ofensiva, entrega intensidade, repertório e pressão territorial.
O resultado, apesar de convincente, não deu ao Botafogo seu objetivo na tabela. O clube terminou a competição em sexto lugar, com 63 pontos, fora da fase de grupos da Libertadores 2026, resultado contrário ao objetivo da diretoria, quando as chances de título ficaram evidentemente distantes.
A partida, pelo menos, traduziu a campanha do Botafogo mostrou ao longo da competição: força em determinados momentos, lapsos que custaram caro e influência direta de decisões externas que alteraram contextos de jogo. Principalmente, os erros de arbitragem, que marcaram trechos da campanha e não passaram despercebidos. Logo, o torcedor chegou na última rodada sabendo que vários pontos se perderam em lances decisivos. Ainda assim, dentro de campo, o time buscou competir até o fim.
Primeiro tempo de tensão, resposta e gol salvador nos acréscimos
O Botafogo começou tentando impor velocidade e amplitude. As aproximações de Montoro e Jordan Barrera geraram os primeiros sinais de perigo, mas faltava precisão na entrada da área. O Fortaleza, mais retraído, esperava erros e buscava contra-ataques com Breno Lopes e Yago Pikachu. Essa estratégia deu resultado aos 17 minutos, quando Breno recebeu na intermediária, limpou o marcador e acertou um chute de rara felicidade para abrir o placar.
O gol assustou o Botafogo, mas mudou a temperatura do estádio porque o time da casa aumentou o volume de jogo e a sua intensidade. Vitinho começou a vencer duelos pela direita, enquanto Barrera passou a chamar a marcação para si. Mesmo assim, o Fortaleza controlou o relógio com inteligência, gastando tempo e quebrando o ritmo do jogo. O panorama só mudaria nos acréscimos.
Aos 49 minutos, quando o intervalo parecia inevitável, Montoro apareceu dentro da área, dominou e acertou o ângulo de Breno. O empate no último lance mudou tudo, pois a vibração foi tamanha que a equipe saiu para o vestiário com outro estado emocional. Ou seja, o alívio virou combustível.
Segundo tempo: virada, choque do VAR e nova arrancada alvinegra
O Botafogo voltou aceso. Logo aos 3 minutos, Vitinho recebeu livre na direita e cruzou na medida. Arthur Cabral, com leitura fria e bom posicionamento, desviou de primeira e virou o jogo. O Nilton Santos explodiu, e a equipe encontrou campo para acelerar transições.
Três minutos depois, Barrera marcou um golaço. A jogada começara com recuperação rápida, troca curta e chute no canto. Mas a comemoração não durou. O VAR identificou toque de mão de Marçal na origem da jogada. O árbitro anulou o gol e marcou pênalti para o Fortaleza. Era o tipo de momento que atormentou o Botafogo durante a temporada: decisão crucial interferindo diretamente no placar.
Bareiro converteu a cobrança e empatou o jogo. O 2 a 2 devolveu tensão ao estádio. Por alguns minutos, o ritmo ficou caótico. O Botafogo acelerou por dentro, enquanto o Fortaleza tentava contra-atacar. Os dois buscavam espaço, e a partida ficou mais física.
Com o passar dos minutos, o Botafogo retomou o comando. O time ganhou terreno nas jogadas laterais, especialmente nas bolas paradas. Aos 38, após cobrança de escanteio de Santi Rodríguez, Marçal apareceu para empurrar para o fundo da rede. O 3 a 2 trouxe alívio, justiça ao desempenho e retomou o domínio emocional da partida.
O Fortaleza, desesperado pela permanência, se lançou ao ataque. Abriu espaços, errou passes e perdeu o pouco controle que tinha. O Botafogo aproveitou. Já nos acréscimos, Mateo Ponte ampliou e deu números finais ao jogo.
Desempenho, leitura tática e retrato do ano
A vitória, isoladamente, mostrou um Botafogo competitivo, intenso e com ideias claras. Montoro, novamente decisivo, controlou transições e ditou ritmo. Barrera, mesmo sem marcar, teve grande importância na construção e na quebra de linhas. Arthur Cabral, ainda longe da fase ideal, entregou presença diária e gol importante. Vitinho, pela direita, ofereceu amplitude e profundidade.
Defensivamente, o time oscilou em lances pontuais, mas controlou bem a parte final da partida. O Fortaleza encontrou espaços no primeiro tempo e foi perigoso em duas ou três transições, mas não conseguiu sustentar intensidade.
Fora isso, a partida foi afetada por um elemento que perseguiu o Botafogo ao longo do ano: decisões de arbitragem com impacto direto na história do jogo. A reversão do gol de Barrera, seguida do pênalti, influenciou o placar e recolocou o adversário na partida. Não foi a primeira vez em 2025 que lances interpretativos criaram enormes prejuízos esportivos.
O fim de uma temporada tensa
O triunfo, entretanto, não muda o resultado final da campanha. O Botafogo ficou fora da fase de grupos da Libertadores, não passou das oitavas na competição continental, saiu cedo da Copa do Brasil, caiu no Estadual antes das semifinais e viveu turbulências estruturais, com divergências entre Eagle, SAF Botafogo e Botafogo Associativo.
O elenco sofreu com perdas importantes e substituições abaixo do necessário. As saídas de peças-chave deixaram buracos. Ainda assim, a equipe competiu quando encaixou ritmo. A vitória sobre o PSG no Mundial de Clubes alimentou esperanças, mas a queda para o Palmeiras mostrou os limites técnicos do momento.
No Nilton Santos, o último ato teve clima de festa, mas também sensação de que o ano exigiu mais do que entregou.
Ficha técnica
Botafogo 4 x 2 Fortaleza
Local: Estádio Nilton Santos, Rio de Janeiro
Data/Hora: 7/12/2025, 16h
Gols: Breno Lopes; Montoro; Arthur Cabral; Bareiro; Marçal; Mateo Ponte



























