Mudanças climáticas podem inviabilizar cultivo de alface no Brasil

Mudanças climáticas podem inviabilizar cultivo de alface no Brasil | Divulgação/Embrapa
O alface mudanças climáticas pode ter sua produção inviabilizada em campos abertos no Brasil durante o verão daqui a cerca de 50 anos, segundo estudo da Embrapa, ligada ao Ministério da Agricultura.
Pesquisadores da Embrapa projetam que, mesmo em cenário otimista de aquecimento global, 97% do território brasileiro terá risco climático alto ou muito alto para cultivo de alface em campo aberto entre 2071 e 2100.
O estudo cruzou dados do Inpe e do IPCC, considerando dois cenários:
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Otimista (RCP 4.5): aumento de 2°C a 3°C. Risco alto em 79,6% do território e muito alto em 17,4%.
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Pessimista (RCP 8.5): aumento de até 4,3°C. Risco muito alto em 87,7% do território e alto em 11,8%.
A alface depende de temperaturas amenas e boa umidade. Sementes não germinam acima de 22°C, e o calor intenso causa tipburn, florescimento precoce e sabor amargo, comprometendo a qualidade da hortaliça.
A Embrapa desenvolve cultivares resistentes ao calor, como a BRS Mediterrânea, e sistemas de produção adaptados. Pesquisas também utilizam inteligência artificial para mapear risco climático e ampliar estudos para outras hortaliças, como tomate, batata e cenoura.
Atualmente, a maior parte da produção de alface no país ocorre em campos abertos. Segundo o IBGE, em 2017 foram produzidas 671,5 mil toneladas, com São Paulo liderando, seguido por Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. Dados da Conab apontam que 4,6 mil toneladas chegaram às Ceasas em agosto de 2025, com São Paulo comercializando 2,2 mil toneladas.
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