Comportamento

Psicóloga explica como lidar emocionalmente com a pausa de carnaval

Foto: Reprodução da internet

É certo que 90% dos brasileiros dizem a seguinte frase no início de um ano novo: “Pra valer, o ano só vai começar depois do carnaval”. E quem é autônomo ou procura por uma oportunidade profissional costuma sofrer com uma ansiedade que esse período de esperar gera.

Locutor de comércio varejista, Valdir Silva é um dos profissionais que admitem não gostar dessa época. Morador de Cascadura, na Zona Norte do Rio, ele afirma que toda vez que há um feriado prolongado, como o carnaval, não consegue descansar por causa da ausência de trabalho.

“Feriado prolongado pra mim é péssimo, pois além de não ter trabalhos o pouco que deixo reservado gasto tudo para se manter nesse período. Então ao invés de ser um período de descanso, gera um cansaço psicológico por saber que vai atrasar contas e outros compromissos”, admite.

Casado e pai de uma filha, o locutor explica como tenta se distrair nesse período.

“A melhor coisa a fazer é procurar opções de lazer baratas próximo de casa ou até mesmo ver algo na tevê, como filmes e séries”, afirma.

Afinal, em casos assim o que fazer para desligar a mente, aproveitar o período para descansar e, posteriormente, renovar toda a disposição para o período pós-folia?

Momento propício para uma pausa

Para a psicóloga Luana Couto, o período da folia pode ser usado como a ocasião para um momento de descanso. Ela argumenta que nem tudo nessa época deve ser visto como procrastinação.

“Tudo é festa, procrastinação, preguiça ou também saúde mental? Há quem critique a cultura brasileira que tem em seu DNA traços de ‘pão e circo’, que quer festejar tudo, apesar dos problemas, que vai buscar estender ao máximo a possibilidade de prazer em detrimento às obrigações e que neste momento não vai se preocupar com decisões, problemas e boletos. Por outro lado, nosso corpo e mente precisam de momentos que nos desconectem das obrigações e cobranças diárias. É importante consciência desta necessidade, bem como aplica-la de forma recorrente e equilíbrio com os demais pratos equilibrados no dia a dia”, explica.

Outra coisa a respeito dessa época que a psicóloga argumenta é que essa sensação, na verdade, não começa no carnaval. Porém, inicia-se em dezembro prolongando-se até a folia. Por isso, Luana explica como essa pausa é importante.

“Em dezembro muitas pessoas sofrem com a falta de sentido, ter que estar ou não com a família, excessos, análises e balanços do ano. Aí vem janeiro com os impostos, matrículas, boletos, novos planos para o novo ano, mais balanços e espaço para comparação e sofrimentos. Já o mês de fevereiro elas podem ‘não ter que nada’, Concordando ou não, nosso emocional e corpo precisam de pausas e momentos de despojamento para sorrir por motivos simples do dia a dia e ter uma licença poética para brincar. Afinal, não falamos brincar Carnaval? O ideal é que ao invés de concentrar só neste momento do ano, as pessoas planejem incluir estas pausas entre as atividades cotidianas e manter este pilar alimentado e saudável”, acrescenta.

 

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