Foto: Ricardo Stuckert
Em um encontro estratégico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin na última quinta-feira e posteriormente com o ministro Márcio França nesta sexta-feira. Durante esses encontros, Lula discutiu a saída do Partido Socialista Brasileiro (PSB) do Ministério de Portos e Aeroportos, mas ressaltou que a reforma ministerial para acomodar o Centrão só será finalizada após seu retorno da viagem à África, no dia 28.
O Ministério de Portos e Aeroportos, atualmente comandado por França, está destinado ao partido Republicanos, que indicou o deputado Silvio Costa Filho para a posição. No entanto, a definição sobre qual pasta será oferecida ao PP está causando impasses na reforma de Lula. O PP tem interesse no Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente liderado pelo petista Wellington Dias. Essa possibilidade, entretanto, enfrenta resistência do PT e de setores do governo.
Durante o almoço no Palácio do Planalto, o presidente e Alckmin tiveram sua primeira discussão sobre a reforma ministerial, embora o assunto já esteja em debate há mais de um mês. Aliados do vice afirmam que sua permanência no Ministério da Indústria e Comércio (Mdic) está garantida, pois Lula valoriza a importância do vice-presidente para a vitória nas eleições de 2022. Por outro lado, membros do governo cogitam realocar Alckmin para o Ministério da Defesa, ideia que já havia sido mencionada no início das negociações, mas que enfrenta obstáculos por ser um cargo sensível. O atual titular da Defesa, José Múcio, conseguiu amenizar as tensões com as Forças Armadas.
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Outra possibilidade em discussão é dividir o Ministério da Indústria e Comércio com a criação da pasta de Micro e Pequenas Empresas, a qual França poderia assumir. Lula conversou com Alckmin sobre essa eventual divisão. Após o almoço, Alckmin chamou França e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, para uma reunião na vice-presidência.
No encontro desta sexta-feira, no Palácio do Planalto, entre Lula e França, o presidente indicou que precisará do Ministério de Portos e Aeroportos para garantir o apoio do Centrão ao seu governo. Tanto o almoço com Alckmin quanto o encontro com França não constavam na agenda oficial do presidente. Além disso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu o prefeito de Recife, João Campos, para informá-lo sobre a possibilidade do PSB ser desalojado do Ministério de Portos e Aeroportos. Padilha argumentou que tanto o PT quanto o PSB serão afetados pela reforma e perderão espaço para acomodar o PP e o Republicanos.
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O presidente Lula partirá para a África no próximo domingo. A intenção inicial era concluir a reforma ministerial antes da viagem. Durante sua visita a São Thomé e Príncipe, África do Sul e Angola, Lula discutirá questões importantes para as relações internacionais. No entanto, membros do PP estão preocupados com a definição do ministério onde o deputado André Fufuca ficará. O partido do Centrão deseja comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, mesmo que isso envolva a transferência do Bolsa Família para outra pasta.
O governo informou aos parlamentares interessados na reforma que a definição só ocorrerá após o retorno de Lula. A expectativa era que a reforma ministerial fosse anunciada publicamente nesta sexta-feira. No entanto, os líderes e parlamentares envolvidos já haviam deixado Brasília. O partido Republicanos também espera ter a oportunidade de indicar o presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), cargo que também desperta o interesse do PSD e PP.
