A despeito da decisão judicial que determinou o fim da greve dos professores da rede estadual de educação do Rio de Janeiro, ocorrida no último dia 21 de maio, a categoria decidiu, em assembleia, dar continuidade à paralisação. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, decretou a ilegalidade da greve e alertou que há reivindicações da categoria que dependem de mudanças na legislação.
A paralisação foi vista como um transtorno ao serviço essencial prestado pelos servidores da educação, sendo fixada uma multa de R$ 500 mil ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) e de R$ 5 mil aos seus representantes legais em caso de desrespeito à ordem judicial.
Outra medida adotada pelos professores foi o fechamento das duas pistas da Presidente Vargas, em direção à zona norte da cidade, gerando um grande congestionamento no trânsito que durou mais de uma hora. Em contraposição, a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, reuniu-se pela décima primeira vez com representantes do SEPE, à procura de estabelecer acordos de negociação e, com o suporte de técnicos da Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento e Gestão, explicar o contexto econômico e as limitações impostas pela Lei de Recuperação Fiscal.
O quadro atual da greve preocupa muitas pessoas, tendo em vista as possíveis consequências na qualidade do ensino e das avaliações escolares. Diante disso, o Tribunal de Justiça do Rio decidiu marcar uma audiência de conciliação entre representantes do governo e do SEPE, prevista para o dia 28 deste mês.
Os professores também programaram um “arrastão da greve” nas escolas da rede estadual, com o objetivo de informar os rumos do movimento.