
Problemas acontecem | DIvulgação/COB
Quem viu Forrest Gump deve lembrar que num determinado momento do filme, quando ele está atravessando o país correndo, ele limpa a cara suja de lama e ficam “impressas” numa camiseta as suas “feições” – e um malandro (com todo o respeito) cria uma camiseta com a expressão “shit happens’. Uma forma menos educada, talvez, de dizer o que escrevi lá em cima.
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Problemas acontecem, sempre, por toda a nossa vida.
Nos Jogos Olímpicos de Paris não está sendo diferente, não. Apesar de a cobertura da televisão fazer o impossível para passar apenas glamour, a verdade é que… shit happens.
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Não dá para esquecer quando, a três dias da abertura oficial, Rayssa Leal publicou nas tais redes sociais que o ônibus que deveria levar o pessoal que fora treinar de volta à Vila Olímpica estava atrasado “apenas” duas horas. E tal fato voltou a se repetir algumas vezes, com atletas de outros esportes.
Me fez lembrar algo que aconteceu em Sidney 2000.
A Vila de Imprensa (naquela época tínhamos isso) tinha horários rígidos de transporte para o Centro de Imprensa e, de lá, partíamos para os diversos locais de competição. Da Vila para o Centro de Imprensa, nada a declarar, mas a segunda etapa…
Houve um dia em que a programação do vôlei teve de atrasar porque árbitros, delegados e jornalistas simplesmente se perderam pelo caminho, ou melhor, foram perdidos. Os ônibus eram dirigidos por voluntários, que na maioria dos casos vinham do interior da Austrália, sem conhecer Sidney.
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Aconteceu comigo! A motorista errou o caminho e quando foi alertada sobre a confusão simplesmente começou a chorar e largou a direção. Pelos relatos, em Paris não aconteceu algo deste nível, mas tem muita gente reclamando dos transportes. Tantos que o Comitê Olímpico Internacional fez questão de dizer que essa parte é responsabilidade dos franceses.
Pelos menos seis atletas da Coreia do Sul (aquele país que foi erroneamente identificado no desfile de abertura, shit happens) deixaram a Vila Olímpica para se hospedar em um hotel mais próximo do local de competições.
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O motivo? Não correr riscos com transporte e circular pela cidade de forma mais confortável – os ônibus, assim como os quartos da Vila Olímpica, não têm refrigeração. E faz calor em Paris nesta época do ano.
Se a questão do transporte atinge aqui e ali, uma ou outra delegação, praticamente todas se reuniram para protestar contra o cardápio oferecido na Vila Olímpica. Há uma queixa em relação à deficiência na oferta de proteínas – e atleta come, muito, sempre, a toda hora.
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Quando começaram as críticas, os franceses tentaram escapar dizendo que era uma proposta “mais vegana”, algo do tipo “queremos oferecer uma alimentação mais saudável”. A desculpa, esfarrapada, não colou.
A delegação britânica reclamou muito, dizendo até que faltava ovo e que o frango servido vinha cru. Ficou feia a coisa, mesmo com todo mundo sabendo que shit happens.
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Para diminuir as críticas, nesta segunda-feira o restaurante da Vila recebeu 700kg de ovos (não me perguntem por que usaram peso e não dúzias) e mais de uma tonelada de proteína animal. Curiosamente, o presidente do Comitê Olímpico Internacional esteve por lá…