Durante sua agenda na Itália e na França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista coletiva em Roma, nesta quinta-feira (22), que a proposta da União Europeia (UE) de estabelecer punição para quem descumprir os termos do Acordo de Paris no acordo de livre comércio com o Mercosul é inaceitável. O tratado internacional, firmado em 2015, trata de questões sobre mudanças climáticas.
Lula também falou sobre a recente resolução contra a ratificação do acordo Mercosul-UE aprovada pela Assembleia Nacional da França na semana passada, considerada dura pelo presidente brasileiro. Ele terá uma reunião bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, onde terá a oportunidade de discutir as possíveis alterações em pontos do acordo sobre compras governamentais.
O acordo Mercosul-UE, aprovado em 2019 após 20 anos de negociação, precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, o que pode levar anos e enfrentar resistências.
Ainda em sua agenda na Itália, Lula se encontrou com diversas autoridades, incluindo o papa Francisco, o presidente da Itália e o prefeito de Roma, para discutir a possibilidade de um acordo para cessar o conflito entre Rússia e Ucrânia. O presidente reafirmou a posição do Brasil de condenar a ocupação territorial da Ucrânia pela Rússia, criticando a postura dos países-membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas de promover guerras pelo mundo e defendeu uma nova governança global com a maior participação de países nas mesas de decisão.
Lula ainda defendeu a necessidade de lutar contra a desigualdade no mundo, colocando essa questão como uma prioridade global. Ele convidou o papa Francisco a visitar novamente o Brasil, dessa vez para assistir à tradicional festa do Círio de Nazaré, em Belém (PA), em outubro. Lula também participará da Cúpula sobre o Novo Pacto Global de Financiamento e fará o discurso de encerramento do evento Power Our Planet, na França, a convite da banda Coldplay.
O presidente brasileiro está na Europa para estreitar laços e discutir importantes questões globais. O acordo Mercosul-UE e a situação de conflito entre Rússia e Ucrânia são questões importantes que precisam ser abordadas de maneira responsável e cuidadosa pelas lideranças dos países envolvidos.
