Eduardo Paes é chamado de vagabundo e desafiado para duelo de verdades na Praça XV pelo deputado Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, após dizer que parlamento pratica extorsão e ameaças contra o governador Cláudio Castro| Tomaz Silva/Agência Brasil e Thiago Lontra/Alerj
Na abertura da sessão plenária desta quinta-feira (10) da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj), o presidente da casa, Rodrigo Bacellar (União), chamou o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD) para um debate na Praça XV, no Centro da capital. A dura reação do chefe do Legislativo fluminense – que se referiu ao alcaide carioca como “vagabundo” – ocorreu em resposta à entrevista concedida por Paes a O Globo, publicada um dia antes, acusando deputados da Alerj de extorquir e ameaçar o governador Cláudio Castro.
“Leva as verdades que você tem de mim que eu levo as verdades que tenho sobre você”, desafiou.
Além disso, Bacellar disse considerar “muito grave” um prefeito que pensa se tornar governador imputar tais condutas à Alerj
“Respeite o parlamento do Estado do Rio de Janeiro, porque aqui ninguém faz extorsão, muito menos ameaça. Não use jornal não pra atacar a mim ou atacar o parlamento”.
O caso teve ampla repercussão na imprensa, assim como no meio político. Entretanto, sem deixar claro para a sociedade o que está em jogo neste momento: a disputa da presidência da Alerj e dos principais cargos da Mesa Diretora. De igual forma, a nova composição das comissões do parlamento fluminense.
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Fontes ouvidas pelo Folha do Leste indicam que o grupo político de Eduardo Paes já estaria trabalhando com alguns nomes para a disputa da presidência, juntamente com o grupo da família Washington Reis. Faltaria apenas convencer o PL a embarcar nessa aventura.
Inicialmente, o nome preferido de Eduardo Paes seria o deputado Claudio Caiado, irmão do vereador e atual presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado (PSD). Mas as demais correntes envolvidas no jogo político também acenam com os nomes de Tutuca (PP) e Douglas Ruas (PL). Este último, no entanto, para tentar atrair os votos do PL. Todavia, a falta de consenso entre essas correntes ainda dá a Bacellar a chance de disputar com relativa folga o cargo.
Porém, para consumar seu próximo objetivo político, Eduardo Paes abandona a versão de crítico voraz do governo fluminense, usada para se reeleger no Rio. E, da noite para o dia, torna-se conselheiro voluntário de Cláudio Castro, a quem tanto atacou ao longo da disputa. Logo, em seu primeiro concílio com o governador, Dudu sugere a construção de uma coalizão com parte da oposição. Assim, trabalha em conjunto com PP, PSD e MDB para derrubar Rodrigo Bacellar e seus aliados mais próximos.
“Ele [o governador Cláudio Castro] precisa dar um basta nessa interferência da Alerj, ou de personagens da Alerj, no governo dele. Precisa governar. Eu acho que dá para ele governar com uma parte da oposição, para não se juntar a ameaças, extorsões, seja lá o que ele sofre que gera essa relação dele de tanto temor. Ele é governador pelos próximos 2 anos, e não podemos deixar o estado ser destruído”, disse o prefeito do Rio.
Em contrapartida a isso, Bacellar afirma que Dudu Paes deve interromper o seu “Show da Xuxa” de uma vez.
“Tá na hora de parar essa palhaçada, de bancar o bom moço para os outros. Vamos trabalhar. A eleição passou. Passou a eleição toda dando porrada no governador. Agora, vem no outro dia, com a cara mais lavada: ‘Governador, nós temos que estar juntos’…”, assinalou.
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