O deputado federal Carlos Jordy (PL). pré-candidato à prefeitura de Niterói, é alvo de buscas na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18). Isso se deve ao suposto apoio do deputado aos atos terroristas ocorridos em Brasília no fatídico 8 de janeiro.
O parlamentar é conhecido por suas posições extremistas de direita e, atualmente, exerce a liderança da oposição na Câmara dos Deputados. Igualmente, Jordy se trata de um dos mais leais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informações preliminares, agentes da PF estiveram na Câmara dos Deputados para cumprir mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jordy. As ações acontecem, inclusive, em Niterói.
Ao todo, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, nos estados do Rio de Janeiro (8) e no Distrito Federal (2). Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.
Os crimes que envolvem os mandados de busca e apreensão são extremamente graves e incluem a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.
A operação tem como objetivo identificar e responsabilizar aqueles que planejaram, financiaram e incitaram tais atos antidemocráticos, ocorridos no dia 8 de janeiro. A data ficou marcada, sobretudo, pela invasão das sedes dos três poderes por golpistas, insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais. A principal revolta se baseava no inconsistente discurso de fraude eleitoral na derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro para Lula, no segundo turno, em 2022, por uma diferença de 2 milhões de votos.
Em janeiro do ano passado, membros do grupo Prerrogativas, formado por advogados e juristas, chegaram a pleitear na Justiça a suspensão da diplomação de Jordy. A ação, proposta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não prosperou, pois o ministro Alexandre de Moraes, não acolheu o pedido.
Jordy criticou Polícia Federal
Em março do ano passado, Carlos Jordy fez declarações polêmicas afirmando que a invasão e destruição dos prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário foram utilizadas como plataforma política pelo governo federal, com o intuito de estigmatizar as forças de direita e os apoiadores do presidente Bolsonaro.
Na mesma ocasião, Jordy defendeu uma apuração adequada dos fatos, alegando que as investigações não estavam tendo a condução adequada pela Polícia Federal.
Em relação à operação desta quinta, o deputado emitiu a seguinte declaração:
Busca e apreensão da PF por determinação de Alexandre de Moraes. Operação Lesa Pátria. Uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal.”
Carreira política
A trajetória política de Jordy acumula polêmicas desde o início, por sua defesa de agendas conservadoras. Em sua estreia nas eleições, em 2016, concorrendo ao cargo de vereador por Niterói, ele foi eleito pelo PSC para o mandato de 2017-2020.
Logo no início de sua atuação política, Jordy já demonstrava suas posições conservadoras ao questionar o uso dos banheiros femininos por parte de transexuais na Universidade Federal Fluminense. Sua atitude teve dura repreesensão pelo sindicato dos professores da UFF, que aprovou uma moção de repúdio.
Em fevereiro de 2018, Jordy anunciou sua pré-candidatura ao cargo de deputado federal, mas deixou claro que iria trocar de partido. Essa mudança ocorreu em abril do mesmo ano, quando ele se filiou ao PSL em um ato realizado na Câmara Municipal de Niterói, ao lado de Flavio Bolsonaro, pré-candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro na época.
Nas eleições de 2018, Jordy se elegeu deputado federal com mais de 200 mil votos. E agora, em 2022, obteve a reeleição para o mesmo cargo, recebendo mais de 100 mil votos.