
Posto de combustíveis em Niterói enganava consumidores com gasolina batizada e combustíveis com origem diferente de sua bandeira | Divulgação
Ação de fiscalização de um posto de combustíveis no bairro do Cubango, em Niterói, virou caso de polícia nesta sexta (30), quando técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) constataram a venda de gasolina batizada no local. Conforme aferição dos agentes, o combustível tinha 47% de etanol anidro — quase o dobro do permitido. Como resultado, os fiscais lacraram imediatamente o estabelecimento, na Rua Noronha Torrezão, 402.
A operação começou na rua, mas terminou na delegacia, com o gerente e um frentista conduzidos. Ambos prestaram depoimento sobre as práticas ilegais do posto. Enquanto isso, o Inea aplicou multa e emitiu um auto de constatação por captação irregular de água, feita sem autorização legal.
Participaram da operação, além da ANP, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), bem como a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) descobriram a fraude.
Bandeira de uma cor, gasolina de outra
Além disso, os fiscais flagraram outro golpe: o posto estampava a bandeira da BR Distribuidora. Entretanto, os combustíveis que abasteciam os veículos tinham como fornecedoras as empresas Terrana e Paranapanema.
Assim sendo, a fraude enganava o consumidor duas vezes. Tanto pelo rótulo quanto no produto. Além do dano financeiro, sobra a indignação de abastecer com veneno, pois embora o posto esteja lacrado, o estrago já está feito.

Fiscalização lacra bombas de posto em Niterói que vendia gasolina batizada | Divulgação
Segurança em risco
Embora, atualmente, muitos veículos funcionem no modo flex, ainda há modelos cujos motores somente funcionam à gasolina. Principalmente, carros com ano de fabricação mais antigo, ou até mesmo importados mais recentes. Nestes casos, gasolina com alto teor de etanol anidro pode comprometer o rendimento do veículo, causar falhas mecânicas e fundir o motor.
Os custos dessa fraude ficam geralmente invisíveis até que o carro parar definitivamente e receber o diagnóstico na oficina mecânica. Já o prejuízo da conta fica para os motoristas honestos.
Pior que enfrentar a alta nos preços dos combustíveis é também lidar com postos que transformam bombas em armas de destruição veicular. Em contrapartida, os criminosos, na maioria das vezes, escapam com punições leves.
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