O Ministério Público (MPRJ), pediu para que os polícias acusados de terem matado o jovem João Pedro Matos Pinto, tenham julgamento no Tribunal do Júri. A corte tem composição de jurados da sociedade. A informação teve confirmação nesta quarta-feira (24), pelo órgão. A família do jovem tem cobrado a conclusão do inquérito.
O adolescente se trata de vítima de assassinado dentro de casa, no Complexo do Salgueiro (SG), durante uma operação policial no ano de 2020.
Os agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando Meister, são réus por homicídio e fraude processual. Eles já foram ouvidos em setembro do ano passado e aguardam julgamento.
Para o defensor público Luís Henrique Zouein, há provas suficientes para que a Justiça determine que os réus sejam submetidos ao júri popular.
“Estamos muito confiantes, há uma perícia produzida pelo Ministério Público que demonstra que a versão dos policiais é impossível de ter acontecido na prática, e existem testemunhas que presenciaram e vivenciaram os fatos prestando depoimentos coerentes e harmônicos”, disse Zouein durante uma audiência na sede do Ministério da Igualdade Racial, em Brasília, no ano passado (2023).
“Há um conjunto de provas técnicas, perícias e testemunhas nos autos que fazem a acusação ser muito robusta. Houve o uso abusivo e criminoso da força pelos acusados. Foram mais de 70 disparos de armas de fogo e duas granadas disparadas dentro da casa em que estavam as crianças e adolescentes, sem que houvesse qualquer relato de confronto naquela localidade”, completou Zouein.
O Crime
O jovem João Pedro, jogava videogame com mais cinco amigos na casa do tio, quando, os agentes entraram atirando, de acordo com testemunhas do caso.
João foi atingido por um disparo de fuzil na barriga e socorrido de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos.
Na ocasião, seu corpo chegou a ficar desaparecido, sendo encontrado horas depois pela família no IML- Instituto Médico Legal.
As investigações apontaram ainda que a casa do tio do jovem, onde ele estava quando atingido, ficou com mais de 70 marcas de tiros.