
Polícia Federal deflagra operação contra comerciantes e compradores de vídeos de abuso sexual infantil e juvenil | Divulgação/PF
Agentes da Polícia Federal (PF) prenderam, em flagrante, um homem por armazenar vídeos de abuso sexual infantil e juvenil na cidade de Londrina (PR), durante uma megaoperação realizada nesta quarta-feira (25). A prisão ocorreu no âmbito da Operação Multiplus, deflagrada pela delegacia de Macaé, sobretudo para desarticular uma rede comercial de pornografia infantil via internet.
A ofensiva apesar de ocorrer em quatro estados — Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Maranhão — abrange quatro das regiões do Brasil: Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. A caçada busca pessoas ligadas à compra e venda de material em fotos e vídeos contendo cenas de violência sexual contra crianças.
Diante da relevância social do caso, Giuliano Cucco, delegado da Polícia Federal em Macaé, destacou a importância da união entre sociedade civil organizada e as forças de segurança. Principalmente, para coibir e afastar essa “prática nefasta”, classificação bem adequada a esse tipo de delinquência. Além disso, ele destacou o grave potencial de escalonamento de potencial ofensivo que crimes dessa natureza possuem.
“Essa operação visa coibir a prática de armazenar e compartilhar arquivos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil. Esta conduta, por si só, já se trata de um crime. Porém, estudos e a experiência policial indicam que essas pessoas, além de armazenar estes arquivos, também tendem a progredir criminosamente, e se tiverem oportunidade de abusar de uma criança ou adolescentes, não hesitarão de fazê-lo.
Policiais Federais amanhecem ‘caçando tarados pedófilos’
Desde bem cedo, antes mesmo do sol nascer, policiais federais surpreendiam suspeitos nos endereços correspondentes aos mandados de busca e apreensão. Especificamente, nas cidades de Nova Iguaçu (RJ), Londrina(PR), Cuiabá(MT) e Imperatriz (MA). Entretanto, as determinações judiciais de busca e apreensão se distinguem entre comerciantes e compradores.
O homem preso em flagrante na cidade de Londrina, por exemplo, trata-se de um ‘cliente’ desta nefasta rede comercial. Os mandados expedidos para as outras cidades também buscam consumidores de vídeos de abuso sexual infantil juvenil.

Durante operação contra comerciantes e compradores de vídeos de abuso sexual infantil e juvenil, agentes da Polícia Federal cumprem mandados judiciais, sendo o principal deles em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense | Divulgação/PF
Vendedor de vídeos de abuso sexual é da Baixada Fluminense
Contudo, há uma exceção: o alvo da cidade de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, se trata de um comerciante de fotos e vídeos de abuso sexual de crianças e adolescentes. Ele opera em parceria com outro homem, já preso em Vitória da Conquista, na Bahia, durante a Operação Proteção Integral II, em maio desse ano. Ambos vendiam vídeos explícitos de estupro infantojuvenil por meio de grupos online.
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais encontraram dispositivos contendo arquivos com cenas perturbadoras. O suspeito preso em Londrina armazenava vídeos de abuso sexual infantil, o que motivou sua prisão em flagrante.
ONG americana forneceu relatórios para investigação
As investigações começaram após denúncias do National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC), centro internacional sediado nos EUA que rastreia crimes contra menores. O órgão informou a PF sobre o tráfego de arquivos suspeitos com origem no Brasil, assim como forneceu relatórios com detalhes importantes. A partir desses documentos, a corporação rastreou os IPs e identificou os alvos.
Entre o material apreendido, estão celulares, HDs e computadores que passarão por perícia técnica. Os investigadores esperam localizar outros envolvidos, tanto produtores quanto consumidores de pornografia infantil.
A Operação Multiplus faz parte de um compromisso internacional firmado pelo Brasil ao aderir à Convenção sobre os Direitos da Criança, da ONU. O acordo exige que os países adotem medidas rigorosas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.
O suspeito preso no Sul do país teve como destino, inicialmente, a sede da PF em Londrina, para as providências burocráticas de praxe. Principalmente, para a lavratura da prisão em flagrante e indiciamento pelo crime de posse e armazenamento de conteúdo de pornografia infantil. Trata-se de crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em seguida, ele vai para o sistema prisional do Paraná, onde ficará à disposição da Justiça para Audiência de Custódia.
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