Estado do Rio de Janeiro

Polícia faz aposta certeira com Operação Banca Suja e máfia do jogo ilegal tem dia de azar

Polícia faz aposta certeira com Operação Banca Suja e máfia do jogo ilegal tem dia de azar

Polícia faz aposta certeira com Operação Banca Suja e máfia do jogo ilegal tem dia de azar

Esta quinta-feira (16) não se trata de mais um dia qualquer no Rio de Janeiro para os empreendedores de jogos que envolvem numerologia animal, tigres que contam dinheiro e cobras que fumam cigarro de contrabando. Logo cedo, a Polícia Civil pousou feito águia na Baixada Fluminense, levando consigo mandados que representavam a chegada do azar para a máfia do jogo ilegal com o anúncio da “Operação Banca Suja” e o prejuízo de R$ 65 milhões  bloqueados em contas bancárias, secando o leite da vaca.

Ou seja, numa só cartada, a sorte virou e a casa caiu mais rápido que romance de galo, pois ainda houve a apreensão de R$ 2,2 milhões em bens, incluindo oito automóveis. Investigadores da polícia afirmam que o esquema envolveria apostas on-line, fraudes e lavagem de dinheiro. Em suma, o esquema teria reproduzido dinheiro feito coelho e movimentado mais de R$ 130 milhões.

“O combate ao crime organizado é prioridade absoluta. Quando o Estado age com inteligência, tecnologia e integração, ele enfraquece a base financeira das facções — destacou o governador Cláudio Castro, lembrando que dinheiro sujo parado é golpe certeiro contra a engrenagem do crime.

Baixada Fluminense tremeu

Duque de Caxias e Belford Roxo assistiram, ainda sonolentas, à chegada da polícia, pisando mais forte que elefante. Os mandados judiciais que carregavam consigo eram como bilhetes premiados, valendo muito o que estava escrito. Detinham, ainda, informação precisa, fruto de uma investigação feita com faro de cachorro, visando encontrar as vigas mestras que sustentam o regime econômico da organização criminosa.

Nesse sentido, a operação conduzida sob a doutrina do follow the money” — siga o dinheiro, em tradução literal, mirou onde mais dói: o caixa. Para que a ação tivesse êxito, a polícia não poderia blefar e colocar tudo a perder. Então, tal qual quem espera a metamorfose da borboleta e segue as pegadas de um cavalo, a investigação encontrou vínculos entre a jogatina ilegal e a máfia do cigarro.

“Ao seguir o dinheiro e atacar os fluxos financeiros, a Polícia Civil vai além da repressão direta e enfraquece as estruturas econômicas que sustentam redes criminosas. Isso corrige desequilíbrios e protege as empresas que atuam de forma legal – explica o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi”.

Brasil afora

O esquema descoberto pela Polícia Civil do Rio não se restringiu ao Rio de Janeiro, pois ultrapassou as divisas do estado. Expandiu-se para outras selvas criminosas no Brasil, sobretudo por ter se articulado com o Comando Vermelho.

A polícia considera esse tipo de ação incomum, principalmente dado o nível de articulação. Principalmente, envolvendo a participação de empresas de filtros de cigarro. Elas recebiam transferências suspeitas de pessoas jurídicas ligadas ao núcleo principal.

Além disso, também com o objetivo de dar um “banho de gato” no dinheiro,  o grupo dito pela polícia como criminoso usaria empresas de fachada. Nesse sentido, ainda, realizaria operações simuladas para mascarar a origem ilícita dos valores, como quem transforma pavão em peru ou veado em burro.

Para continuar financiando as atividades criminosas. guardavam dinheiro como o camelo acumula água. As transações eram feitas como quem serve um touro em bifes, completamente fatiadas, em partes.

Roleta dá morte

Enquanto o porco torcia o rabo, e o macaco pulava de galho em galho, as apurações revelaram ainda um detalhe sombrio: além das manobras financeiras, o grupo não hesitava em apostar alto na violência.

Homicídios de desafetos e concorrentes teriam sido encomendados para garantir o monopólio do “negócio”. Em outras palavras, teve Jacaré que virou bolsa, carneiro que deu lã e cabra que deixou de ser da peste. Enfim, mesmo que por vezes os dados estivessem sujos de sangue, o jogo continuava rolando em nome do lucro.

O delegado Henrique Damasceno, diretor do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), ressaltou o combate ao crime organizado deve enfraquecer as facções e, ao mesmo tempo, fortalecer a Polícia.

“Operações como esta, que resultam no bloqueio de dezenas de milhões de reais, têm papel fundamental: o dinheiro recuperado pode ser revertido em favor da própria Polícia Civil” declarou.

No fim, restou a polícia e o governo do estado darem aos alvos. O povo quer saber quem são os leões, os reis das selvas criminosas.

Hoje, entre o cinismo da velha malandragem carioca e o rigor técnico das equipes, a Operação Banca Suja mostrou que deu polícia na cabeça. Logo, o jogo sujo perdeu as fichas mais valiosas. Assim, por ora, o cassino ilegal fechou as portas. Entretanto, a mesa permanece posta — e a polícia, desta vez, veio para jogar com as cartas certas.

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