Na tarde da última sexta-feira (1), a Polícia Militar, por meio do 5° BPM (Praça da Harmonia), conduziu uma operação contra a receptação de celulares no camelódromo da Uruguaiana, localizado no Centro do Rio de Janeiro. A ação resultou na apreensão de 583 aparelhos celulares desprovidos de nota fiscal, além de sete tablets e várias carcaças de celular ainda não contabilizadas.
Doze pessoas foram levadas à 5ª DP (Mem de Sá), incluindo vendedores ambulantes que operam no camelódromo e responsáveis pelos boxes. Entretanto, alguns proprietários de lojas no interior do estabelecimento conseguiram fugir quando a polícia chegou ao local.
A Polícia Militar ressaltou que todo o material apreendido não possui documentação para sua comercialização. A operação ocorreu dois dias após o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciar a proibição da presença de ambulantes nas ruas da Uruguaiana, citando evidências de que muitos celulares roubados na cidade são vendidos nessa região.
A Polícia Civil também está investigando a venda de celulares roubados na Uruguaiana, com diversos inquéritos em andamento. O secretário de Ordem Pública do Rio (Seop), Brenno Carnevale, reforçou relatórios de inteligência que indicam a comercialização ilegal de produtos de roubo e furto no local.
A medida anunciada por Paes diz respeito aos ambulantes que vendem produtos nas ruas da Uruguaiana, enquanto os camelôs com boxes no camelódromo podem continuar suas atividades. No entanto, isso levantou questionamentos entre os próprios camelôs e frequentadores da feira, que apontam que a venda de celulares sem procedência estaria ocorrendo também nos boxes.
O Movimento Unido dos Camelôs (Muca-RJ) e o Fórum Popular de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro criticaram a ação, considerando-a uma forma de criminalização e perseguição da classe dos camelôs na cidade.