Mutirão de limpeza do coletivo – Foto: Arquivo pessoal
“A união faz a força”. Parece um ditado popular batido, muitas vezes contestado. No entanto, na Região Oceânica de Niterói, este é o lema do Coletivo de Trabalhadores das Areias da Prainha de Piratininga (CTAPP). A proposta é reunir os barraqueiros em busca de melhores condições de trabalho, além de proporcionar aos banhistas uma experiência mais agradável e ecológica.
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O fundador do coletivo é Leandro Mota de Moura, mais conhecido como Tio Léo, de 44 anos. Nascido e criado em Piratininga, ele começou a vender caipirinhas na praia em 2018, após voltar a morar na cidade depois de uma temporada em Búzios, na Região dos Lagos. Ele contou qual foi a proposta inicial. Já o coletivo nasceu em 2021, fruto de uma união dos trabalhadores da localidade.
“Juntei outros trabalhadores e firmamos o coletivo a fim de estabelecer uma comunicação entre nós, a sociedade civil organizada e o poder público. O objetivo é ser uma ferramenta de diálogo com o poder público”, contou Tio Léo.
Segundo Tio Léo, uma das principais bandeiras do projeto é a regularização dos cerca de 40 barraqueiros e ambulantes que atuam no local, por meio do Decreto Municipal 14.195/2021. Ele explicou que, graças à atuação do coletivo, uma audiência pública sobre o tema chegou a reunir mais de 100 pessoas.
“Hoje, a negociação está bem adiantada. O coletivo surgiu pela necessidade dessa legislação e pela organização daquele local. A Prainha é um lugar bacana, mas, como as pessoas não têm licença, acabam ficando de forma desorganizada. Colocamos um tripé de atuação que é a economia sustentável; responsabilidade social com a limpeza e preservação da praia; e a recepção ao turista”, acrescentou.
Projetos
Além das reivindicações por direitos, o coletivo tem iniciativas voltadas aos frequentadores da praia e ao meio ambiente. Uma delas é o projeto “Praia Colorida”, no qual as barracas são divididas em cores e, quando uma família chega na praia, é colocada uma pulseira da cor respectiva na criança ajudando a localizá-la caso se perca.
“Praia Colorida” é iniciativa para evitar o desaparecimento de crianças – Foto: Arquivo pessoal
A outra proposta é o projeto “Maria Farinha”, cujo objetivo é conscientizar para a preservação do caranguejo que possui este nome. Tio Léo explica que a iniciativa consiste num mutirão de limpeza da areia sem a utilização de tratores o que, de acordo com o fundador do coletivo, tem diminuído a população dessa espécie na orla.
“A gente quer servir de exemplo para outras praias, como Camboinhas, Boa Viagem, Itaipu, entre outras. Esses dois projetos são muito interessantes. Fizemos o mutirão de limpeza humanizada da areia da praia e nosso objetivo final é fazer um trabalho tão bem feito que não precise mais entrar aquele trator, que afeta a fauna local”, prosseguiu.
É importante salientar que os projetos são voluntários, sendo assim, toda ajuda é bem vinda. Quem quiser colaborar, basta entrar em contato com o Tio Léo através do Instagram @c.t.a.p.p ou pelo telefone (22) 99857-3804. Na rede social, também é possível acompanhar a agenda completa dos mutirões de limpeza.
