
Economia brasileira ensaia retomada com alta de 1,6% no PIB trimestral | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
PIB do Brasil cresce 1,6% no primeiro trimestre e mostra que a economia tenta sair da marcha lenta. O impulso veio da agropecuária, que saltou 12,2%, e dos serviços, com alta de 1,3%. A estimativa vem do Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e antecipa a divulgação oficial do IBGE, marcada para o fim de maio.
Enquanto isso, o desempenho industrial continua morno. Mesmo com avanço em alguns segmentos, a indústria de transformação puxou para baixo e travou o crescimento do setor.
O relatório indica que o movimento positivo reverte a trajetória de desaceleração observada desde o segundo semestre de 2024, quando o país mal saiu do lugar com 0,1% de avanço.
Exportações e consumo ajudam no fôlego
Outro ponto de respiro vem das exportações, que cresceram 2,8%, com destaque para os produtos agropecuários. No consumo das famílias, o crescimento foi de 2,7% frente ao mesmo trimestre de 2024 — um ritmo menor do que o observado no fim do ano passado, mas ainda consistente.
Investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), também desaceleraram: cresceram 6,9% na comparação anual, frente aos 10,8% registrados no terceiro trimestre de 2024.
Mesmo com esse fôlego mais fraco, o valor estimado do PIB chegou a R$ 3,393 trilhões.
Indústria emperra e vira freio da economia
Apesar de alguns avanços pontuais, a indústria como um todo seguiu estagnada. O principal entrave foi a queda na indústria de transformação, que responde pela maior fatia do setor.
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Juliana Trece, coordenadora da pesquisa na FGV, reforça:
“Com isso, o resultado do primeiro trimestre reverte a tendência declinante da economia, que se observava desde o terceiro semestre de 2024”, analisa Trece.
O cenário revela que, embora o campo e os serviços estejam acelerando, o parque industrial ainda anda com dificuldade para embalar.
“Embora a maior parte das atividades industriais tenha registrado crescimento, a retração na indústria de transformação [segmento que transforma matéria prima em um produto final ou intermediário, que vai ser novamente modificado por outra indústria], atividade de maior peso na indústria, explica esse desempenho”, explica.
Dados oficiais saem em breve
Os números do Monitor do PIB servem como prévia do que será divulgado pelo IBGE no dia 30 de maio. Além dele, outro indicador divulgado no mesmo dia — o IBC-Br, do Banco Central — também aponta para um cenário otimista: crescimento de 1,3% frente ao trimestre anterior e 4,2% no acumulado de 12 meses.
Enquanto isso, o Brasil tenta manter o ritmo em meio às oscilações dos últimos trimestres. A marcha está engatada — mas o motor ainda ronca de forma desigual.