Acabou o encanto? Não, ainda é cedo para dizer isso. Mas é certo que boa parte do que aconteceu na partida entre França e Brasil, pela Copa do Mundo feminina, deve ser colocada na conta da treinadora sueca Pia Sundhage. A equipe francesa venceu por 2 a 1 e, agora, temos a obrigação de bater a Jamaica no último jogo para seguir adiante – e, mesmo assim, provavelmente cruzando com a temida Alemanha nas oitavas.
Culpada
E por que colocar na conta da treinadora a derrota? Bem… O Brasil perdia por 1 a 0 e empatou fazendo aquilo que Pia reprovara na coletiva pré-jogo: jogando com o Brasil, com uma jogada bem armada, tocando a bola, buscando a qualidade de suas jogadoras. Com o empate, enquanto o treinador francês mexia no time, a treinadora brasileira não se mexia – e sofremos o segundo gol em jogada manjada da França: bola parada, alta na área e gol.
Aí, três mudanças. Enfim a qualidade e a experiência de Marta (já com quase 40 do segundo tempo). Dá tempo para mexer alguma coisa? Difícil, mesmo porque tínhamos o tal “lado psicológico”. Jamais havíamos derrotado a França. E assim continuamos.
O público presente ao estádio de Brisbane, quase 50 mil torcedores (precisos 49.378 pagantes) viu uma seleção que resolveu seus problemas de relacionamento e soube ser fria e precisa quando deveria decidir – a França. E viu um time que não sabia se seguia seu DNA ou obedecia ordens de como (não) jogar. Resultado? Vitória de quem se resolveu internamente e vai crescer agora, podendo até ser uma das grandes forças até o final.
O Brasil? Ainda podemos ir adiante. Controlar os nervos contra as jamaicanas, esquecendo quem pode vir pela frente. Pensar jogo a jogo – e ignorar as bobagens que possam vir do banco de reservas ou dos falsos analistas que, até a véspera do jogo contra a França, diziam que éramos favoritos e, assim que as francesas marcaram seu primeiro gol, mudaram de “opinião”.