Foto: Reprodução
No último domingo (12), a Polícia Federal realizou mais uma prisão relacionada ao esquema de recrutamento de brasileiros para o grupo terrorista Hezbollah. O homem, cuja identidade não foi revelada, foi detido em um quiosque na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Essa prisão ocorre após a operação Trapiche, deflagrada pela PF na última quarta-feira (8), que resultou na detenção de dois homens suspeitos de envolvimento no esquema em São Paulo.
De acordo com a Polícia Federal, o objetivo desses recrutamentos seria planejar ataques contra prédios da comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas. As investigações revelaram que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas, além de relatarem o recrutamento de pessoas para atuar em grupos terroristas do Oriente Médio. O inquérito teve início após alertas dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel.
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A PF também cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal. Um dos homens foi detido no aeroporto de Guarulhos, vindo do Líbano, e o outro foi capturado próximo a um hotel no centro da capital paulista. Segundo a PF, esses indivíduos seriam financiados pelo grupo terrorista para recrutar brasileiros para ações terroristas.
A operação Trapiche foi deflagrada com o objetivo de interromper os preparativos para os ataques e impedir o recrutamento de pessoas para a execução dos atentados. Os presos podem ser enquadrados na Lei do Terrorismo pelos crimes de construir ou integrar organização terrorista e preparar atentados, com penas que somam 15 anos e seis meses. Esses crimes são considerados hediondos e inafiançáveis, não havendo possibilidade de anistia ou indulto.
O principal investigado nessa operação é Mohamad Khir Abdulmajid, procurado pela Interpol. Segundo informações divulgadas pelo programa ‘Fantástico’, da TV Globo, ele é sírio, naturalizado brasileiro e está no Brasil desde 2008. Inicialmente investigado pela PF por contrabando, tornou-se suspeito de financiar atividades terroristas. Em uma rede social, Mohamad chegou a publicar uma foto com uniforme militar em cima de um blindado. Os delegados responsáveis pelo caso afirmam que ele seria, no mínimo, simpatizante do Hezbollah.
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O Hezbollah é um grupo islâmico xiita que surgiu em 1982 durante a guerra civil do Líbano, com o objetivo de defender os muçulmanos dos ataques das milícias cristãs apoiadas por Israel. O grupo prega o fim do Estado de Israel e conta com o apoio do Irã. Atualmente, seu poderio militar supera o do próprio exército libanês, e é classificado como uma “organização terrorista” pelos Estados Unidos e por vários países europeus.
No Brasil, já existem denúncias sobre a atuação do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, principalmente na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. O grupo supostamente utiliza empresas de fachada para recrutar militantes e realizar a lavagem de dinheiro, que seria utilizado em ações terroristas.
