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Pessoas em situação de Rua são baleadas dormindo, em Caxias

Pessoas em situação de Rua são baleadas dormindo, em Caxias

Pessoas em situação de Rua são baleadas dormindo, em Caxias | Reprodução

Na manhã desta sexta-feira (24), a Rua Marechal Bento Manoel, no bairro Jardim 25 de Agosto, em Duque de Caxias, testemunhou uma tentativa de execução de pessoas em situação de rua. Homens armados, em um carro  não identificado, efetuaram disparos de arma de fogo contra moradores de rua, por volta das 5h30. Pelo menos três pessoas ficaram feridas, mas uma delas não resistiu e morreu.

Segundo informações preliminares, as vítimas estavam dormindo no momento da investida traiçoeira e cruel. Há quem sustente que se tratavam de usuários de drogas, em avançado estágio de dependência química. Nada, no entanto, que sirva para justificar uma ação criminosa de tamanha crueldade e perversidade.

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Uma guarnição da Polícia Militar se deslocou para o local da ocorrência, bem como o Corpo de Bombeiros para providenciar o socorro e remoção das vítimas. Duas pessoas, que estavam agonizando, chegou com vida ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. No entanto, ainda não há informações sobre suas identidades ou estado clínico.

Pessoas em situação de Rua são baleadas dormindo, em Caxias

Pessoas em situação de Rua são baleadas dormindo, em Caxias

Não se sabe, até então, a real motivação do ataque. Mas diante das opiniões manifestadas no submundo da nova liberdade de expressão, há quem defenda a prática de limpeza social. Todavia, não se pode deixar de considerar a possibilidade de crime de ódio, acima de tudo, por questões de preconceitos estruturais da nossa formação racista e higienista.

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Nos famigerados meios sociais, onde qualquer idiota tem voz, a comoção com o crime se misturou com a euforia de alguns pelo resultado macabro em desfavor das vítimas.

Enquanto alguns clamam por justiça e cobram investigação rigorosa, outros defendem a tese de “limpeza social”, culpando as vítimas pela violência.

“Qual o crime que eles cometeram? Provavelmente, o sadismo de algum psicopata tenha sido responsável por isso”, questionou um internauta.

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Já outro comentou:

“Morador de rua? Isso é bandido! Invade sua casa e se puder faz uma maldade com sua família.”

É importante ressaltar que, até o momento, não há informações sobre crimes cometidos pelas vítimas. Independente de sua condição social ou histórico de vida, todas elas são seres humanos com direito à vida, à dignidade e à segurança. Mesmo que criminosos sejam, compete ao estado o dever de puni-los na forma da lei, observadas todas as garantias que a lei assegura a qualquer pessoa.

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A execução criminosa de Duque de Caxias expõe a crueldade desumana de um ato que viola os princípios básicos do Estado Democrático de Direito e fere a Constituição Federal, que garante a proteção da vida, veda a pena de morte, abomina a tortura e proíbe a justiça com as próprias mãos.

Debate Necessário

O crime de Duque de Caxias reacende o debate sobre a violência contra populações marginalizadas, como moradores de rua e usuários de drogas. É necessário que a sociedade reflita sobre as raízes da desigualdade social, da exclusão e da falta de oportunidades que alimentam esse tipo de tragédia.

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Mais do que condenar o ato em si, faz-se necessário, a todos os entes da federação – União, Estados e Municípios – buscar soluções estruturais para combater a pobreza, a marginalização e a violência. Vale lembrar que Duque de Caxias se trata do principal reduto eleitoral de nada menos que o vice-governador do estado do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha.

Então, somente com políticas públicas eficazes, investimento em educação e inclusão social, haverá uma sociedade mais justa e segura para todos.

Ações Imediatas e Investigação Rigorosa

As autoridades responsáveis devem agir com rapidez e rigor para identificar e punir os responsáveis pelo crime. Para isso, a investigação deve ter a transparência necessária, a apuração de todas as linhas de investigação, incluindo a possibilidade de crime de ódio. Inclusive, acima de tudo, o acompanhamento de tudo por instituições e representações em defesa dos direitos humanos.

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A sociedade civil também tem um papel fundamental a desempenhar na construção de uma cultura de paz e respeito à diversidade. É preciso combater o discurso de ódio e a desumanização das populações marginalizadas, promovendo a empatia, a solidariedade e a defesa dos direitos humanos.

Um Sinal de Alerta

Este triste fato que ocorreu em Duque de Caxias serve como um triste lembrete de que isso pode transpor os limites de tal cidade. E servir de inspiração para “justiceiros” de outros municípios. Com o crescimento da população de rua em todas as cidades, com parcela considerável dessas pessoas em situação de dependência química, infelizmente fatos semelhantes ganharão as nossas páginas.

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Sobretudo, porque essas pessoas cometem roubos e furtos para manter seus vícios, bem como a rotina a que se adaptaram nas ruas, negando-se, inclusive, a receber ajuda.

Essa violência, em escalada, continuará assolando nossa sociedade caso não ocorra o engajamento de todos os setores da sociedade – governo, instituições, comunidade civil e cada indivíduo – com soluções dentro da norma Constitucional, para superar essa realidade cruel e desumana.

VÍDEO – CAUTELA

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