As revelações da investigação do assassinato da vereadora do Rio, Marielle Franco (PSOL), e do motorista Anderson Gomes acenderam alerta para a interferência do crime organizado no trabalho policial. É o que afirma o vereador de Niterói, Paulo Eduardo Gomes (PSOL), correligionário de Marielle.
Além dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, a polícia também prendeu o ex-chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, por envolvimento no caso. Tal fato colocou em xeque a credibilidade das investigações de homicídios em todo o estado.
É uma decepção enorme que você descubra que um delegado que deu apoio, que visitou a família da Marielle na casa dela, tenha sido alguém que ajudou na arquitetura do crime”, disse Paulo Eduardo.
O vereador destacou que o desenrolar dos fatos certamente irá exigir mudanças profundas. Como, por exemplo, no ponto de vista do papel do Ministério Público (MP) na fiscalização do trabalho policial e da própria Justiça. Além disso, o ponto fundamental é não ter na polícia agentes corruptos.
Mais investimentos precisam ser feitos na inteligência policial de tal modo que nós usemos mais a cabeça do que as armas para combater o crime, em especial o crime organizado. Passados seis anos do assassinato de Marielle, mostra o quanto nós precisamos aprimorar”, acrescentou.
Possíveis soluções
Paulo Eduardo salientou que especialistas sugerem que haja uma organização nacional de segurança. Assim como a saúde tem o Sistema Único de Sáude (SUS), haveria um sistema nacional de segurança pública que pudesse coordenar as ações de combate ao crime organizado.
Tem especialistas dizendo que, na realidade, a responsabilidade do poder central em relação a esse tipo de crime é muito pequena, está tudo concentrado no poder local, especialmente dos governadores”, finalizou o parlamentar.