Após os triunfos gloriosos nas Olimpíadas Rio-2016 e Tóquio-2020, a dupla formada pela niteroiense Martine Grael e a paulista Kahena Kunze deu início à sua jornada em busca do tricampeonato olímpico na vela. Apesar de um ciclo olímpico sem pódios nas principais competições, a capacidade e o histórico das bicampeãs não podem ser subestimados. Ao final do primeiro dia de regatas, neste domingo (28), as brasileiras terminaram em quinto lugar na classificação geral, após três regatas.
Para esta segunda-feira (29), há previsão da realização das regatas 4, 5 e 6, a partir das 7h15, conforme o programa olímpico.
Primeiras regatas
Na primeira regata, Grael e Kunze começaram bem, mantendo-se no top-10 durante a maior parte da prova. No entanto, uma queda de rendimento no final as fez concluir a etapa no 13º lugar, com o tempo de 31min45s, cerca de 1min27s atrás das líderes.
A segunda regata foi marcada por uma atuação brilhante das brasileiras, que terminaram na quinta colocação, com o tempo de 35min06s, apenas 1min13s atrás das líderes.
Na terceira e última regata do dia, a dupla brasileira completou o percurso 51 segundos depois das líderes, garantindo a 6ª colocação. Com esses resultados, e já contando o descarte do pior desempenho, elas somam 11 pontos e ocupam a quinta posição na classificação geral. A equipe holandesa lidera com apenas 2 pontos, seguidas por França (4) e Alemanha (7).
A distância da dupla brasileira para as líderes é de nove pontos. Entretanto, em outras campanhas olímpicas, Grael e Kunze foram campeãs com corridas de recuperação. A vela, modalidade que depende muito das condições climáticas, principalmente do vento, sempre guarda surpresas.
Classificação
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Família Grael
Por outro lado, há de se reconhecer a importância da família Grael para a história da vela nos Jogos Olímpicos. Oriundos de Niterói, uma cidade com uma tradição marítima rica e uma geografia que favorece a prática de esportes náuticos, os Grael somam um total de 10 medalhas olímpicas na vela.
Medalhas e Categorias
Torben Grael, pai de Martine, por exemplo, se trata de um dos velejadores mais condecorados do mundo, com cinco medalhas olímpicas: duas de ouro (Atlanta 1996 e Atenas 2004 na classe Star), uma de prata (Los Angeles 1984 na classe Soling) e duas de bronze (Seul 1988 e Sydney 2000 na classe Star).
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Lars Grael, tio de Martine, possui duas medalhas de bronze (Seul 1988 e Atlanta 1996 na classe Tornado). Martine Grael e Kahena Kunze adicionaram duas medalhas de ouro à coleção familiar, em 2016 e 2020 na classe 49erFX.
A Vela e o Brasil
A vela é a modalidade que mais trouxe medalhas de ouro ao Brasil nas Olimpíadas, um total de sete. Além das vitórias da família Grael, Robert Scheidt, outro nome lendário da vela brasileira, conquistou duas medalhas de ouro (Atlanta 1996 e Atenas 2004 na classe Laser) e três de prata (Sydney 2000 na classe Laser, Pequim 2008 e Londres 2012 na classe Star).
A Relação com Niterói
Niterói, cidade que impulsionou a Vela no Brasil, é conhecida por suas excelentes condições para a prática de esportes náuticos. A cidade é um verdadeiro berço de talentos na modalidade, e a família Grael tem um legado profundamente enraizado na comunidade local. Além disso, o trabalho da família não se restringe apenas às competições. De igual forma, envolve projetos sociais que incentivam jovens a praticar o esporte e a desenvolver habilidades náuticas.
Com um histórico impressionante e uma herança familiar rica, Martine Grael, junto com a parceira Kahena Kunze seguem firmes na busca pelo tricampeonato olímpico. As próximas regatas prometem desafios e emoções. Em suma, a torcida brasileira está confiante no potencial das bicampeãs para fazer história mais uma vez.