Polícia Civil prende três suspeitos em operação contra golpe do “falso advogado” no Rio | Reprodução
A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (20), a “Operação Lex Falsa” contra suspeitos de participação no golpe do “falso advogado”. A ação, conduzida pelo Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC) em apoio à Polícia Civil de Santa Catarina, cumpriu três mandados de prisão na Ilha do Governador, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. Também foram executados mandados de busca e apreensão.
Na comunidade do Morro do Dendê, dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), houve tiroteio logo no início da manhã. Para impedir a entrada das equipes, criminosos incendiaram barricadas. Na segunda-feira (18), a região já havia registrado tensão com o sequestro de 12 ônibus e um incendiado.
Como funciona o golpe
Segundo as investigações, os criminosos utilizavam dados públicos de processos judiciais e se passavam por advogados para enganar vítimas. Com documentos falsificados, como sentenças e guias de custas, induziam os alvos a fazer depósitos via Pix em valores inexistentes, prometendo agilizar processos.
A fraude tem se espalhado pelo estado. Até julho, a OAB-RJ já havia registrado 630 denúncias relacionadas ao esquema.
Declarações da OAB
A presidente da entidade, Ana Tereza Basílio, destacou a importância da operação:
“Essa prática prejudica famílias, empresas e também afeta a advocacia. Investigações como a de hoje são o caminho para acabarmos de vez com essa fraude.”
A OAB-RJ lançou recentemente uma cartilha de prevenção, disponível em seu portal, com orientações para identificar tentativas do golpe. Entre as dicas estão:
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Confirmar pagamentos diretamente com o advogado por telefone ou pessoalmente.
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Trocar semanalmente a senha do token de peticionamento eletrônico, para evitar invasões.
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Orientar clientes sobre os canais oficiais de contato do escritório.
Caso recente
Em maio, uma idosa perdeu R$ 10,6 mil após acreditar que falava com sua advogada.
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Os criminosos entraram em contato com o marido da vítima e, em seguida, convenceram a própria idosa e sua filha, que acreditou na farsa após ouvir um áudio falso.
Reflexos na comunidade
De acordo com a Prefeitura do Rio, duas unidades de saúde na região do Dendê seguiram atendendo normalmente, mas suspenderam visitas domiciliares.
A Secretaria Municipal de Educação informou que duas escolas tiveram atividades afetadas.
Segunda ação em dois dias
Essa foi a segunda grande operação no Dendê em 48 horas. Na segunda-feira (18), a Polícia Militar já havia atuado na comunidade, prendendo quatro pessoas e apreendendo fuzis, granadas e drogas. Seis suspeitos foram detidos por tentar sequestrar coletivos para bloquear vias da região.
