Ônibus invade rodoviária em Campos dos Goytacazes | Reprodução
Um ônibus da Auto Viação 1001 invadiu o terminal da Rodoviária Roberto Silveira, no Centro de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, na noite desta terça-feira (30). O veículo, que aguardava partida para Cabo Frio, via Macaé, atingiu um quiosque de lanches e atropelou uma mulher de 28 anos, que sofreu ferimentos leves.
O acidente gerou questionamentos sobre a segurança do terminal. A rodoviária opera as linhas da área central da cidade para os distritos mais distantes de Campos, bem como para cidades das regiões Norte, Noroeste e Serrana do estado do Rio.
Campos se trata do maior município fluminense, com mais de 4 mil quilômetros quadrados. Muitas localidades chegam a ficar a cerca de 80 quilômetros da sede, como Santo Eduardo, Santa Maria e Farol de São Tomé.
Diante do acontecimento, usuários da rodoviária fizeram críticas à segurança do terminal.
“O certo é fazer uma barreira nessas áreas de embarque e desembarque dos ônibus e botar grades pra manter distância dos passageiros e ônibus. Os passageiros ficam muito expostos na área de espera. Acho que a prefeitura deve analisar isso enquanto não ocorre uma tragédia pior”, disse Júlio César.
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A princípio, o ônibus teria apresentado um problema mecânico antes do acidente. No entanto, uma fonte revelou que o veículo aguardava para sair, com o motor ligado, quando um passageiro acidentalmente esbarrou no câmbio, provocando seu deslocamento.
Posteriormente, testemunhas relataram à reportagem que um passageiro, com uma mala pesada, teria se desequilibrado no degrau da escada e acionado um botão. Com isso, o ônibus acelerou e colidiu com uma pilastra e um quiosque. O veículo estava parado na plataforma e ligado por causa do ar-condicionado.
O motorista estava do lado de fora conferindo as passagens e realizando os procedimentos de embarque e teria sugerido ao passageiro que guardasse a mala no bagageiro, pois a mesma estava pesada. Entretanto, o passageiro recusou porque desceria em Macaé.
Uma testemunha, que trabalha na Rodoviária Roberto Silveira, disse que ninguém se feriu mas uma mulher grávida afirmou que foi atingida pelo ônibus.
Houve bate-boca entre o esposo da grávida e a testemunha, que trabalha na rodoviária, sobre quem ficou ferido ou não. O Corpo de Bombeiros levou a mulher para o Hospital Ferreira Machado com alegações de ferimentos leves. Apesar dos médicos terem solicitado a realização de exames, a gestante se recusou a fazer os procedimentos e resolveu ir embora.
Contraditórios
O Folha do Leste entrou em contato com a Auto Viação 1001, bem como com a prefeitura de Campos, responsável pelo terminal, para apurar as causas do acidente.
Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação de Campos enviou a seguinte resposta:
“A Codemca informou que, segundo informações iniciais, o ônibus apresentou um problema mecânico. Uma pessoa ficou ferida e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. A Guarda Civil Municipal não foi acionada”.
Todavia, a Prefeitura de Campos ignorou dois questionamentos enviados pelo FOLHA DO LESTE. O primeiro, indagava sobre a segurança para a realização de embarque e desembarque de passageiros, com os veículos permanecendo com o motor ligado. O outro, perguntava se o município pretendia adotar alguma medida preventiva de acidentes, na rodoviária, após o acidente.
A Auto Viação 1001, da mesma forma que a Prefeitura de Campos, também se manifestou por meio de nota:
“A Auto Viação 1001 informa que um de seus ônibus, da linha ligando Campos dos Goytacazes a Cabo Frio, colidiu acidentalmente contra uma estrutura de uma lanchonete, dentro da Rodoviária Roberto Silveira, na noite de ontem (30). Passageiros e motorista não se feriram. Outro veículo da companhia foi rapidamente designado para concluir a rota. A empresa segue à disposição das autoridades para esclarecimentos.”
Porém, a empresa deixou de responder a dois questionamentos do FOLHA DO LESTE. Um, acerca da causa do acidente. Já o outro perguntava se a empresa pretendia prestar alguma assistência à pessoa que se feriu. Infelizmente, não houve resposta nesse sentido.
Com informações do repórter Diego Machado
