Foto: AFP
A onda de violência que assola o Equador entra em seu segundo dia nesta quarta-feira, 10, com o presidente Daniel Noboa decretando “conflito armado interno” na tentativa de controlar a situação. De acordo com a polícia, pelo menos dez pessoas já foram mortas em ataques do crime organizado e 70 foram detidas. A situação ocorre em meio a um estado de exceção, decretado pelo governo, após a fuga do líder de uma das maiores gangues locais, José Adolfo Macías, conhecido como “Fito”.
Os ataques incluem a queima de carros e ônibus, sequestros de policiais e vandalismo. A polícia já prendeu 70 pessoas, liberou três agentes feitos reféns e recapturou 17 fugitivos. Além disso, foram apreendidas armas, munições, explosivos e veículos. Em paralelo a essa onda de violência, homens armados invadiram um canal de TV ao vivo em Guayaquil, a maior cidade do país. Autoridades detiveram 13 pessoas, apreenderam provas, armas e explosivos.
O presidente declarou “conflito armado interno” e autorizou as Forças Armadas a realizarem operações militares para neutralizar os grupos do crime organizado.
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A facção criminosa Los Choneros, liderada por Fito, é considerada uma das mais perigosas do país e disputa a rota do narcotráfico com outras quadrilhas. Fito fugiu da prisão onde cumpria pena desde 2011 e está sendo procurado pelas autoridades.
A fuga de líderes de facções tem gerado convulsão no país, com sete policiais sequestrados e explosões direcionadas a um posto policial e à casa do presidente da Corte Nacional de Justiça. O sistema penitenciário equatoriano foi criticado por apresentar falhas e infiltrações do crime organizado.
O Equador, situado entre Colômbia e Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, tem registrado um aumento significativo da violência e do tráfico de drogas. No ano passado, o país registrou mais de 7,8 mil homicídios e apreendeu 220 toneladas de drogas. Confrontos entre presidiários desde 2021 já causaram mais de 460 mortes. Os índices de homicídios nas ruas também aumentaram consideravelmente nos últimos anos.
