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Obra de dragagem do Canal de São Lourenço começará em dezembro

Obra de dragagem do Canal de São Lourenço começará em dezembro

Foto: Douglas Macedo – Divulgação

Após uma espera de quase três décadas, os setores de petróleo, gás, pesca e atividades portuárias de Niterói agora podem finalmente celebrar. Isso porque, na última segunda-feira (18), foi assinado o contrato que marca o início da dragagem do Canal de São Lourenço, uma intervenção que trará impactos positivos para a economia do município.

A assinatura do contrato foi realizada pelo prefeito Axel Grael e pelo ex-prefeito e secretário Executivo, Rodrigo Neves, em uma cerimônia que contou com a presença de autoridades locais. O projeto de dragagem, que será executado pelo Consórcio Fluminense, formado pelas empresas DTA Engenharia e SK Infraestrutura, tem um investimento aproximado de R$ 138 milhões, por parte da Prefeitura de Niterói, e tem previsão de ser concluído em 15 meses.

A obra de dragagem do Canal de São Lourenço é de extrema importância para ampliar o acesso ao Complexo Industrial e Portuário, além de fortalecer o segmento econômico voltado para a economia do mar, dentro do projeto Niterói 450 anos. Estima-se que essa intervenção gere cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

“A dragagem faz parte de um trabalho árduo que estamos tendo há muitos anos, que incluiu várias etapas, até chegarmos propriamente a essa fase dos projetos que serão executados pelo consórcio vencedor. Estamos falando de um dos maiores licenciamentos ambientais da história do estado”, explicou o prefeito Axel Grael.
Além disso, a conclusão da dragagem do Canal de São Lourenço permitirá a instalação do Terminal Pesqueiro de Niterói, que poderá funcionar como um Entreposto de Pesca. Essa iniciativa aproveitará o espaço e a infraestrutura já existente, que foi inaugurada há 10 anos pelo governo federal e nunca funcionou. Com isso, a comercialização e distribuição do pescado se tornarão mais eficientes.

Outro benefício esperado com o desassoreamento do trecho da Baía de Guanabara, entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói, é o aumento da profundidade para 11 metros. Dessa forma, os estaleiros poderão operar de forma mais eficiente e ocorrerá um incremento na construção de embarcações, além de movimentar o setor de reparos e offshore.

Antes de iniciar a dragagem, será necessária a retirada de material acumulado que não poderá ser aproveitado. Para isso, será utilizada a técnica de instalação de geobags, que permite a retenção de sólidos ou lodo, sem devolvê-los ao mar. O local também passará por estudos geométricos e de sinalização náutica.

Obra de dragagem do Canal de São Lourenço começará em dezembro

Foto: Divulgação – Ascom

João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA Engenharia, líder do consórcio responsável pela dragagem, ressaltou a complexidade dessa obra.
“Não é uma dragagem convencional, pois são várias etapas, com retirada de sedimentos contaminados. Isso exigirá muita técnica. Será um grande desafio e tudo será feito com equipamentos especializados e utilizando mão-de-obra local”, afirmou.
Para garantir a realização das obras, a Prefeitura de Niterói investiu R$ 772 mil no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima). Esse estudo passou pela análise do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e teve seus resultados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) aos órgãos competentes do Governo Federal.

Os aspectos econômicos também foram levados em consideração durante o estudo de impacto. Foram analisados fatores como uso e ocupação do solo urbano, usos residenciais, comerciais, de serviço, lazer, industrial e público. Além disso, foram considerados o impacto social e a renda média da população no entorno.

Setores Demonstram Alívio Econômico

No dia 20 de maio de 2022, foi concluído o processo de dragagem no Porto de Niterói, trazendo esperança e perspectivas positivas para o setor portuário e pesqueiro da região. Com obras que duraram cerca de dois anos, desde a sua inauguração em 1925, finalmente foi possível aumentar a profundidade e melhorar a infraestrutura do porto.

Wilson Coutinho, diretor do Porto de Niterói, destacou a importância desse trabalho de expansão. “Após a dragagem, nossa expectativa é aumentar em até mais de 30% o número de atracações e serviços portuários a médio prazo. Nos últimos 15 anos, já experimentamos um aumento considerável, com duas mil atracações por ano, após um período de estagnação nas décadas de 70. Agora, estamos vivenciando um fator exponencial de crescimento”, enfatizou Coutinho.

A visão otimista se estende ao setor pesqueiro, como afirma José Inácio Figueiredo do Couto, presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj). “Teremos uma estrutura adequada para desembarque e uma sanitização eficiente. Isso será extremamente benéfico para apoiar um setor que passou por momentos difíceis nos últimos anos. Graças ao governo, conseguimos avançar e alcançar essa conquista”, concluiu o presidente da Saperj.

Maxuel José Monteiro da Costa, presidente dos pescadores do Estado do Rio de Janeiro, comemorou a nova fase que se inicia para o setor. “Estamos presenciando uma nova gestão. O setor pesqueiro poderá ressurgir das cinzas e se desenvolver. Essa melhoria será fundamental para a nossa categoria”, ressaltou Costa.

Luiz Penteado, representante dos trabalhadores marítimos na Federação Nacional dos Aquaviários, acredita que o terminal portuário proporcionará uma melhor qualidade de vida e trabalho para o setor. “Essa ampliação trará um impacto positivo significativo, beneficiando tanto os pescadores quanto os demais profissionais do setor marítimo”, explicou Penteado.

Com a conclusão da dragagem, o Porto de Niterói se prepara para uma nova era de crescimento e desenvolvimento. Os resultados esperados são uma maior movimentação de embarcações, melhoria nos serviços portuários e um impulso para a economia local.

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