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“O Rio de Janeiro vai afundar junto com as Barcas”

O título desta reportagem reproduz o comentário feito por uma seguidora do FOLHA DO LESTE de nossa rede social, diante da notícia do incidente envolvendo a embarcação Neves V, nesta quarta-feira (01). A lancha, da concessionária CCR Barcas, fazia o serviço de travessia das 17:45 no trecho Praça XV x Praça Arariboia, apresentou problemas no meio da Baía de Guanabara.

“Pagamos tarifas caras na ponte, nas barcas e não somos respeitados. O Rio de janeiro vai afundar junto com as barcas”, disse Ju Menezes.

Por sorte – ou milagre – ninguém ficou ferido. Todavia, um meio de transporte tão essencial para a população do Leste Fluminense não pode permanecer funcionando de modo tão precário.

Esse pensamento pertence a alguns de nossos leitores, que se manifestaram espontaneamente. Ao seu modo de ver, não há nada que mereça elogios no serviço atualmente prestado.

Por exemplo, o leitor Paulo Sérgio, que trabalha na Prefeitura de Maricá, defende que Ministério Público investigue a CCR-Barcas.

“Preço alto e serviço de péssima qualidade. Quando tiver um acidente mais sério tomara que não, aí irão investigar. Alguém está levando muito dessa empresa, vamos investigar antes que aconteça o pior”, disse.

Outra leitora que defende a investigação da concessionária se trata de Naiara Anjos.

“13 minutos de travessia, passagem quase 8 reais!! Um serviço lixo. A CCR precisa ser investigada”, disse Naiara Anjos

Enquanto Ester Dias afirma que não anda de barca por ter pavor, Marisa Salles Vieira se mostra indiferente ao incidente.

“Não tenho pena, a CCR Barcas ia entregar a concessão, alegam não terem lucro. O governador deu uns ‘caraminguás’ para continuarem operando. Eis o resultado. O povo não sabe votar e depois passa 4 anos reclamando. Chora na cama que é lugar quente”, opinou.

Relação contratual contestada na Alerj

O deputado estadual Flávio Serafini afirmou, na última semana, ter pedido na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) a criação de uma comissão especial para tratar do processo de transição de gestão e das mudanças no sistema de transporte aquaviário do Estado.

Segundo o parlamentar, a proposta tem como causa a falta de transparência por parte do governo estadual na apresentação de um estudo para a modelagem do serviço.

“O que está em vigor é um contrato temporário, que pode ser prorrogado por mais 12 meses. Mas isso não justifica essa demora na apresentação de um estudo. Além disso, não houve nenhum debate com a população e nem com os parlamentares. Precisamos criar canais de comunicação e ouvir a demanda de quem usa diariamente este transporte. Até hoje também não ficou explicada a suposta dívida alegada pela empresa, que o governo está pagando sem qualquer comprovação. São muitas questões envolvendo esse serviço, e consideramos ser fundamental essa comissão”, ponderou.

Serafini ainda ressaltou o serviço de transporte aquaviário entre Niterói e Rio de janeiro como essencial, sobretudo para a população do Leste Fluminense.

“A barca é um meio de transporte fundamental para mais de 100 mil moradores de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí que utilizam o serviço diariamente. Essa falta de transparência e incerteza sobre o futuro das operações é ruim para todos e todas que dependem desse deslocamento em seu cotidiano. Seguiremos cobrando e pressionando o governo para que garanta uma transparência nas operações e melhorias na qualidade do serviço”, pontuou.

Sobre o incidente de ontem, Serafini falou sobre a necessidade de investigações.

“As reclamações sobre o serviço das barcas não são de hoje. É preciso que se investigue as causas deste acidente que, felizmente, não gerou vítimas”, ponderou.

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Acordo Estado do Rio x CCR-Barcas

Em 2 de março de 2023, a Justiça homologou um acordo entre a CCR Barcas, concessionária que presta o transporte de passageiros aquaviários de barcas, e o Governo do Estado do Rio de Janeiro. O acordo prevê a manutenção da operação do serviço aquaviário por um período de até 2 anos, enquanto o Estado realiza um novo processo licitatório.

Principais pontos do acordo

  • A CCR Barcas continuaria operando o serviço aquaviário por mais 1 ano, podendo ser prorrogado por mais 1 ano.
  • Nesse prazo, o Estado realizaria novo processo licitatório, depois de estudos contratados para nova modelagem do transporte aquaviário.
  • O Estado reconheceu ser devedor de indenização à CCR Barcas, pelo serviço público prestado desde o início da concessão. O valor da indenização teve redução em 40%.
  • O cronograma de pagamentos da indenização ficou definido em um acordo entre as partes.

 

CCR-Barcas

Diante dos fatos ocorridos na quarta-feira (01), questionamos a CCR Barcas, sobre o que teriam a declarar sobre este incidente. Igualmente, qual a pane? Se houve risco da embarcação afundar? Quais são os protocolos que os passageiros devem observar nesses casos? Prontamente, a concessionária nos respondeu, em nota:

A CCR Barcas informa que no trajeto Praça XV x Arariboia (viagem de 17h45) um objeto atingiu o casco da embarcação Neves.  A viagem foi concluída e todos os passageiros a bordo desembarcaram com segurança.

A equipe de manutenção da Concessionária já está atuando para verificar o ocorrido.

 

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