No Brasil, um em cada cinco cidadãos não consegue realizar o sonho da moradia própria devido a burocracia dos financiamentos bancários e altas taxas de juros. Isso joga o brasileiro no mercado de alugueis. A ausência de políticas públicas voltadas para o acesso a moradia refletem nos números de estudos sobre habitação no país.
Essa escassez de oportunidades resulta no aumento do aluguel, tornando-o até mais vantajoso que financiamentos de 30 anos, com os atuais juros praticados no mercado. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2022, 21,1% dos domicílios estavam alugados. Os dados, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (16), mostram o crescimento deste número em relação a 2016 (18,5%) e 2019 (19,3%).
Todas as grandes regiões apresentaram aumento, com destaque para Centro-Oeste e Sul. Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e São Paulo eram as unidades da federação que concentravam maiores percentuais de domicílios alugados.
Além disso, outros dados alarmantes se revelaram, como a diminuição da propriedade de moradia dos brasileiros já quitados. O índice caiu de 66,7% em 2016 para 63,8% em 2022. Essa situação dramática afeta diretamente o sonho das pessoas, que muitas vezes são obrigadas a optar pelo aluguel – por que acabam perdendo o imóvel por falta de condições de manter o pagamento do financiamento. E, com isso, deixam de possuir um lugar para chamar de seu.