Níveis de CO² batem novo recorde e elevam risco de eventos climáticos extremos, alerta OMM

Níveis de CO² batem novo recorde e elevam risco de eventos climáticos extremos, alerta OMM | Reprodução/Ralf Vetterle/Pixabay
Os níveis de gás carbônico na atmosfera atingiram um novo recorde em 2024, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgados nesta quarta-feira (15). O relatório alerta que o acúmulo de CO² tem efeito duradouro sobre o clima e intensifica o risco de temperaturas extremas.
A OMM, agência vinculada à ONU, destacou que o planeta deve enfrentar ondas de calor mais intensas e aumento na frequência de desastres naturais.
“Os impactos não se limitam ao presente. Os efeitos desse acúmulo persistirão por séculos”, afirmou a entidade.
O Boletim de Gases de Efeito Estufa reforça que o monitoramento global do CO² é essencial para que políticas de contenção sejam eficazes. A coordenadora do relatório, Oksana Tarasova, alertou que os sumidouros de carbono, como florestas e oceanos, estão perdendo eficiência.
“Há sinais de que esses sumidouros estão menos eficazes, o que significa mais CO² permanecendo na atmosfera e maior aceleração do aquecimento global”, explicou Tarasova.
Sumidouros em declínio
Um sumidouro de carbono é um sistema natural ou artificial que absorve mais dióxido de carbono do que emite. Florestas, solos e oceanos exercem esse papel crucial ao retirar o CO² da atmosfera.
Por meio da fotossíntese, as florestas capturam gás carbônico e armazenam o carbono em suas estruturas. Os solos ricos em matéria orgânica também atuam como depósitos, enquanto os oceanos absorvem o gás por meio da vegetação e organismos marinhos, no processo conhecido como carbono azul.
Amazônia sob pressão
A Amazônia continua entre os principais sumidouros de carbono do planeta, mas enfrenta perda de eficiência devido ao desmatamento e ao aumento das queimadas. O enfraquecimento desse equilíbrio pode comprometer a capacidade global de frear o avanço das mudanças climáticas.
Para a OMM, reforçar a proteção das florestas tropicais e ampliar o uso de tecnologias de captura de carbono será decisivo nas próximas décadas.
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