Rua São Januário, Fonseca | Reprodução
Um rodoviário foi brutalmente agredido por um homem após um acidente de trânsito na Rua São Januário, no bairro do Fonseca, na Zona Norte de Niterói. Rodrigo Moura, condutor da linha 24 da Auto Lotação Ingá, empresa do Consórcio TransNit, estava parado no semáforo fechado do cruzamento da via com a Alameda São Boa Ventura. Enquanto isso, um veículo modelo Montana, de cor preta, se encontrava estacionado irregularmente na calçada da mesma rua. O fato aconteceu nesta sexta-feira (20), por volta de 21h.
Segundo informações apuradas pelo FOLHA DO LESTE, o motorista da Montana, ao sair da calçada, colidiu no ônibus. A lataria do coletivo acabou levemente arranhada enquanto o retrovisor do Montana quebrou. O motorista do veículo de passeio estaria acompanhado de uma mulher e, ainda, de uma criança de colo. Todavia, isto não o impediu de dar início a uma grande confusão.
Ainda de acordo com as nossas fontes, o condutor do veículo de passeio causou o acidente, ao passo que saiu da calçada e bateu no ônibus. E ainda agrediu o condutor do coletivo no momento em que este fotografava a placa de seu carro, para procedimentos da empresa de ônibus. Conforme nossa apuração, ouvindo outros motoristas de ônibus, trata-se de uma praxe em ocasiões de acidente.
O rodoviário foi agredido com socos pelo homem alterado justamente nesse momento, em que segurava o celular com as duas mãos para realizar a fotografia. Ou seja, de modo totalmente inesperado. Sobretudo, sem chance alguma de se defender. O trabalhador ficou com o rosto completamente coberto de sangue. Consequência da violência insana, desproporcional e covarde de quem a cometeu.
Em um comentário na rede social, a esposa do rodoviário se pronunciou:
O motorista que agrediu ele, saiu do açougue e não olhou para o lado, saiu saindo. Conclusão? Bateu no ônibus que meu marido estava trabalhando e não satisfeito saiu e agrediu ele. Simplesmente vamos entrar com processo, isso não pode ficar assim. Graças a Deus não aconteceu o pior, mas as pessoas precisam se controlar mais no trânsito.
CRIME
Felizmente, populares interviram. O rodoviário tem origens no local, onde viveu boa parte de sua vida, desde a infância e juventude. Trata-se de pessoa casada, com filho, e que somente estava exercendo seu trabalho. Mesmo que a razão não estivesse a seu lado no acidente, a agressão não se justificaria, pois trata-se, a princípio, de crime de lesão corporal, segundo o advogado Heraldo Fonseca da Silveira, membro do corpo jurídico da BRASIL 21 COMUNICAÇÃO.
Fonseca da Silveira entende ainda que, o rodoviário teria direito a pleitear indenização por danos morais e materiais. Os danos materiais se referem ao custeio de todas as despesas clínicas, médicas, impedimentos de exercer outras atividades remuneradas comprovadas. E no âmbito moral, pelo constrangimento e situação vexatória a que fora submetido quando agredido.
“No caso em concreto, o autor experimentou sentimentos que extrapolam o mero aborrecimento, capazes de abalar sua paz e a tranquilidade, tanto do cidadão como de sua família, atingindo seu íntimo, principalmente por estar trabalhando e incapaz de se defender”, ponderou.
O advogado condena, ainda, a conduta social do agressor.
“Tais atos merecem veemente repúdio da nossa sociedade, por violar princípios de civilidade, haja vista que a agressão nos retrocede aos tempos de selvageria. Digo isso em defesa da dignidade da pessoa humana, da segurança à sua integridade física e do valor social do trabalho, principalmente em razão de se tratar de operador de serviço público essencial à toda sociedade, qual seja o transporte coletivo urbano”, assinalou.
O caso teve registro na 78ª DP. Na manhã deste sábado, o rodoviário submeteu-se a exame de corpo de delito.
