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Niterói elabora inventário da fauna da Enseada de Jurujuba

Niterói elabora inventário da fauna da Enseada de Jurujuba

Foto: Duda Menegassi

A Prefeitura de Niterói, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, está realizando as atividades de campo do projeto de Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica Contribuinte à Enseada de Jurujuba.

O projeto tem investimento de R$ 1,8 milhão do governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como objetivo produzir um catálogo de espécies animais de seis bairros que formam a Enseada de Jurujuba, promovendo educação ambiental e conhecimento da biodiversidade local, e tem como parceiros que vão ajudar a desenvolver o projeto o Instituto Moleque Mateiro e a Piper 3D.

Entre as ações do projeto, além da produção do inventário, está o lançamento de uma campanha de educação ambiental para promover o conhecimento do assunto entre as escolas da região e a população local. A área do estudo é a mesma trabalhada pelo Enseada Limpa. Desde 2013, com a implantação do programa, a balneabilidade da água para banho na região chegou a 59,9% em dados de 2021.

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O público-alvo do mapeamento é a população residente em seis bairros – os quais compõem parcial ou integralmente a área de atuação à qual se destina diretamente este projeto – somando 37.325 mil pessoas (Censo IBGE, 2010). Também serão impactados cerca de 600 alunos e profissionais de três escolas municipais da região.

Niterói elabora inventário da fauna da Enseada de Jurujuba

Foto: Duda Menegassi

O Programa Enseada Limpa também implementou ações voltadas para a resolução de questões de saneamento. Comunidades como Salinas e Peixe Galo, em Jurujuba, receberam obras de drenagem e contenção de encostas, com o objetivo de prepará-las para a implementação de um modelo de saneamento. O foco é reduzir o descarte de esgoto irregular que poderia impactar as praias, além de trazer maior qualidade ambiental às comunidades.

Essa é uma nova etapa do programa Enseada Limpa do Plano Estratégico Niterói Que Queremos, idealizado e implementado em 2013 pela Prefeitura de Niterói, em parceria com a Águas de Niterói e o INEA.

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Com o objetivo de coletar e fornecer informações apuradas da biodiversidade local, os biólogos visitaram, nesta primeira fase, pontos do Parque Natural Municipal de Niterói e da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco, que serão monitorados ao longo de 15 meses de estudos.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, explicou que o projeto de Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica da Enseada de Jurujuba é de extrema importância para a preservação ambiental. Ele destacou os bons resultados já apresentados pelo trabalho desenvolvido na cidade.

“Já avançamos muito neste trabalho e agora vamos avaliar o processo de recuperação do ecossistema. Este diagnóstico e a realização de um inventário faunístico do local são de extrema importância. Participamos de um edital com o fundo, fomos selecionados e agora estamos nesse momento de iniciar os trabalhos de campo”, explicou Axel Grael.

Niterói elabora inventário da fauna da Enseada de Jurujuba

Foto: Duda Menegassi

Além de contribuir para conscientização das comunidades locais através da promoção de conversas e oficinas, os dados observados e analisados pelos biólogos constituem importante base para geração de subsídios para tomadas de decisão e ações de melhoria da política pública de saneamento e de conservação ambiental.

“Ao executar o inventário da Fauna da Enseada de Jurujuba, não apenas aprofundaremos o conhecimento da biodiversidade local, mas também criaremos as bases para projetos futuros. Nossa expectativa é que esse projeto, não só fortaleça a educação ambiental, mas também promova uma conexão mais profunda da comunidade local com a rica diversidade animal da região, contribuindo para a sustentabilidade a longo prazo do nosso município”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Rafael Robertson.

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De acordo com o cronograma do projeto, serão realizadas quatro campanhas de cinco dias cada ao longo desse ano, com observação e análise de espécies da herpetofauna (répteis e anfíbios), avifauna (aves), mastofauna (mamíferos), ictiofauna (peixes), entomofauna (insetos) e macroinvertebrados aquáticos (crustáceos e moluscos) dos locais estabelecidos. Para tanto, em seu primeiro dia de trabalho de campo, a equipe de biólogos especializados em cada grupo percorreu trajetos estrategicamente demarcados, dispondo armadilhas e câmeras projetadas para captação dos animais.

“Cada grupo de espécies demanda uma metodologia de levantamento diferente, então os especialistas se dividem em grupos e turnos para abranger todos os bichos e áreas selecionadas”, comenta Julia Lins Luz, responsável técnica da Piper 3D.

Niterói elabora inventário da fauna da Enseada de Jurujuba

Foto: Duda Menegassi

Ela explicou que, nesta primeira visita, foram instaladas as armadilhas para os mamíferos de pequeno porte – como os ratos, da ordem Rodentia, e os gambás, marsupiais da ordem Didelphimorphia -, que vão ficar no local por quatro noites, sendo checadas diariamente para que a equipe possa medí-los, pesá-los, registrar suas características e fotografá-los. Também foram instalados equipamentos de fotografia e filmagem para registro dos mamíferos de médio e grande porte, programados para monitorar 24 horas durante 15 dias por ponto.

Visitas de campo terrestres e em locais de água doce

Após a etapa avaliando animais terrestres das regiões do Parque Natural Municipal de Niterói e da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego para o projeto os   biólogos já   realizaram monitoramento aquático. Foram quatro dias de visitas a locais de águas doces e marítimos, com o objetivo de identificar espécies que vivem nesses habitats.

Foram observados, nesse processo, animais macroinvertebrados bentônicos, como insetos aquáticos, siris, esponjas, anêmonas e mariscos. Para a ictiofauna (peixes), os pesquisadores adotaram métodos de observação e captura ativa e passiva, incluindo o uso de armadilhas do tipo covo, a observação por mergulho livre, o uso de redes de mão (passaguá) e arrasto de mão (picaré).

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Foram usadas cinco armadilhas tipo covo radial com 1m de diâmetro e seis entradas, contendo vísceras de peixe frescas como isca, que são submersas na água.

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Foto: Liliane Seixas

Em ambientes de água doce de baixa profundidade as armadilhas radiais são substituídas por covos tubulares feitos com reaproveitamento de garrafas PET de 2L. Este tipo de armadilha é eficiente na captura tanto de peixes quanto de invertebrados, em especial crustáceos, como caranguejos e camarões.

“Nesta segunda semana de campo com foco na vida aquática da Enseada de Jurujuba, visitamos a Praia do Morcego e a Ilha dos Amores, onde pudemos observar, por meio de mergulhos, aplicação de redes e registros fotográficos, a diversidade de espécies locais. O objetivo é encontrar o maior número possível de animais que vivem nesse habitat, para obter uma amostra significativa de dados de toda a fauna da região e sua biodiversidade”, explica a bióloga Júlia Lins Luz, responsável técnica da Piper 3D.

As pesquisas seguem ao longo de todo o ano de 2024, com novas visitas a campo marcadas para o mês de abril.

 

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