A disputa está definida: Niterói e Rio de Janeiro enfrentam Assunção, no Paraguai, pela sede dos Jogos Pan-Americanos de 2031. A Panam Sports confirmou, neste sábado (1º), que ambas as candidaturas enviaram a documentação dentro do prazo.
A escolha da dupla brasileira ocorreu em 29 de janeiro, na Assembleia Geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB). O projeto foi aprovado com respaldo institucional e político. Agora, as cidades têm até 30 de abril para cumprir novos requisitos.
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Garantias assinadas por autoridades federais, estaduais e municipais sustentam ambas as postulações. O Comitê Olímpico Nacional de cada país também validou os projetos apresentados à Panam Sports.
O próximo passo na corrida pelo Pan-2031
Até abril, as candidatas precisam entregar um Dossiê de Candidatura. O documento detalhará projetos esportivos, infraestrutura e previsão orçamentária. A não entrega resultará em desqualificação automática.
Em 1º de maio, a Panam Sports formalizará as candidaturas. Um Comitê Avaliador será criado para analisar e fiscalizar as propostas. As visitas técnicas garantirão uma avaliação detalhada de cada projeto.
O Comitê Executivo da Panam Sports definirá o procedimento para eleger a cidade-sede. A decisão final ocorrerá na Assembleia Geral da entidade, em 2025, ainda sem data e local definidos.
Assunção já perdeu uma vez e pode perder de novo
Esta é a segunda tentativa do Paraguai de sediar os Jogos Pan-Americanos. Em 2024, Assunção perdeu para Lima a disputa pelo Pan-2027. A capital paraguaia tentou argumentar que sediou os Jogos Sul-Americanos de 2022 e que aproveitaria parte da estrutura existente. Mas Lima, que recebeu o Pan de 2019, levou vantagem e vai realizar outra edição em menos de uma década.
Agora, a cidade aposta nos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2025 como teste para o evento principal. Entretanto, a derrota para Lima por 28 votos a 24 expõe dificuldades. A falta de infraestrutura e transporte moderno são desafios para o Paraguai.
Niterói e Rio: estrutura e turismo a favor
A candidatura brasileira tem um forte diferencial. As cidades oferecem infraestrutura esportiva, rede hoteleira e transportes integrados. O acesso é facilitado por metrô, barcas e dois aeroportos: um doméstico e outro internacional.
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Além disso, a beleza natural e os pontos turísticos agregam valor ao evento caso realizado nas cidades. Sobretudo, pela atração de público. O Cristo Redentor, o MAC, o Caminho Niemeyer e as praias reforçam o apelo turístico.
Por outro lado, Assunção tem deficiências com transporte precário – há ônibus da década de 1960 circulando, hotelaria e gastronomia, Niterói e Rio garantem o contrário.
A cidade paraguaia tem táxis sucateados, não dispõe de metrô, VLT, BRT e seu principal estádio fica em uma área residencial de acesso complexo.
Mas o ponto crucial está na votação. Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, EUA, México, Porto Rico, República Dominicana e Venezuela têm voto duplo por já terem sediado o evento. O Brasil também tem, mas não pode votar, assim como o Paraguai – cujo voto tem peso um. Portanto, conquistar o apoio desses países será determinante.
Em suma, a corrida está lançada. Niterói e Rio têm vantagens evidentes e , dessa forma, estão prontos para trazer o Pan-Americano de 2031 para o Brasil.