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Niterói 450 anos: Não perca o bonde da história

Não perca o bonde da história

Foto: Acervo/IHGN

Se não fossem os trilhos redescobertos anos atrás, na Praça Leoni Ramos (Cantareira), talvez muitos niteroienses sequer imaginassem que, há várias décadas, as ruas eram tomadas pelos bondes. Além deles, outro meio de transporte que marcou época em Niterói, no começo da segunda metade do século XX, foram os trólebus: ônibus conectados à rede de alta tensão, pela qual eram alimentados. Pois é, muito antes de se falar em eletrificar os transportes, Niterói já era vanguardista.

Não perca o bonde da história

Foto: Acervo/IHGN

De acordo com o Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural (DePac), em 1871 os primeiros bondes surgiram na cidade de Niterói, elevando-a à posição de sétima cidade brasileira a contar com esse meio de transporte. A primeira concessão foi explorada pelo tenente-coronel João Frederico Russel em janeiro de 1871. Em seguida, a Companhia de Ferro Carril Nictheroyense adquiriu a concessão e, em agosto do mesmo ano, inaugurou a primeira linha de bondes. Essa linha partia da antiga estação das barcas de São Domingos, onde hoje é o Prédio da Cantareira, atravessava os bairros do Ingá e Icaraí, encerrando seu percurso junto ao Morro do Cavalão.

À medida que o tempo avançava, novas linhas eram construídas, permitindo que vários pontos da cidade fossem atendidos por esse meio de transporte, como o Largo do Marrão, Largo do Quartel, Viradouro, Santo Rosa, Canto do Rio, Cubango, entre outros. Posteriormente, a Ferro Carril adquiriu a empresa de Barcas Fluminenses.

Ao longo dos anos seguintes, diferentes empresas assumiram a liderança das atividades, como os Trilhos Urbanos de Nictheroy (1877), a Companhia Carris Urbanos de Nictheroy (1883), a Empresa de Obras Públicas no Brasil (1889) e, finalmente, a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, que, em 1892, foi encarregada de expandir a malha.

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Foto: Acervo/Prefeitura de Niterói

Em 1905, sob a pressão de Nilo Peçanha, então presidente do Estado, a Companhia Cantareira realizou a transição do sistema de tração animal para a tração elétrica, inaugurando o serviço em 31 de outubro de 1906. Para viabilizar essa mudança, foi necessário montar uma usina geradora de eletricidade, juntamente com toda a infraestrutura de maquinaria, trilhos e fiação necessária para sustentar as transformações urbanas. O antigo Abrigo de Bondes, localizado junto ao atual Supermercado Guanabara, foi construído para abrigar a usina e as oficinas de reparo dos veículos.

O serviço continuou operando até a década de 1960 e foi descontinuado devido à obsolescência dos veículos e pelo crescimento da demanda, pouco depois do início da operação dos trólebus. Os ônibus elétricos, que ficaram conhecido como “chifrudos”, tiveram vida curta. O sistema foi iniciado ainda na década de 1950, em substituição justamente a linhas de bondes, que começavam a ser desativadas. No entanto, o alto custo operacional e de manutenção fez o trólebus ser extinto na cidade, em 1967. Dessa forma, os veículos à combustão iniciaruam seu reinado solitário, que dura até os dias de hoje.

Mas…
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Foto: Acervo/Prefeitura de Niterói

Em 2021, o governo municipal realizou testes com um ônibus elétrico movido através de baterias ao invés dealigação à rede de alta tensão. O experimento foi retomado em novembro de 2023. Existe o plano de lançar uma licitação para uma compra inicial de 40 ônibus elétricos, o que corresponderia a 5% da frota atual de ônibus da cidade, ampliando depois para 10% o uso dos elétricos. O projeto está em fase de estudo na Secretaria Municipal do Clima.

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