
Mineira com “a pior dor do mundo” inicia tratamento com cetamina em sedação profunda | Reprodução/Carolina Arruda/Arquivo Pessoal
A moradora de Bambuí (MG), Carolina Arruda, 28 anos, que convive com neuralgia do trigêmeo — condição conhecida como “a pior dor do mundo” — deu início nesta quarta-feira (13) a um tratamento com cetamina sob sedação profunda na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas.
A doença, apelidada também de “doença do suicídio”, é uma rara condição neurológica que atinge o nervo responsável por transmitir sensações da face ao cérebro, provocando crises intensas desencadeadas por ações simples como falar, mastigar, sentir vento ou mudanças de temperatura.
O caso de Carolina é ainda mais raro: ela sente dor nos dois lados do rosto e de forma contínua. Após seis cirurgias sem sucesso, o procedimento com cetamina é uma tentativa paliativa para “reiniciar” a resposta do cérebro aos medicamentos.
Segundo o médico Carlos Marcelo de Barros, que acompanha o caso, a paciente ficará até cinco dias sedada e sob ventilação mecânica na UTI, recebendo a medicação por infusão venosa.
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A cetamina, usada há décadas como anestésico, também é indicada para casos de dor crônica de difícil controle e depressão resistente. Ela bloqueia receptores no sistema nervoso que amplificam sinais de dor e ajuda a restaurar conexões entre neurônios.
“Estudos mostram que a cetamina pode aliviar a dor, reduzir o uso de opioides e melhorar o humor, mas é indicada apenas para pacientes selecionados e sempre sob supervisão especializada”, explicou Barros.
Carolina, que vem relatando sua luta nas redes sociais, disse antes da internação que estava ansiosa pelo início do tratamento e esperava “finalmente descansar da dor” que a acompanha diariamente.