
Mudanças no Plano de Segurança Viária no Rio após pressão de motociclistas | Divulgação
O número de mortes no trânsito bateu recorde em 2024 e o alerta soou forte no Rio de Janeiro. Em resposta, a Prefeitura anunciou novas regras viárias para motociclistas, mas as primeiras medidas geraram ruído. Após reação de moto clubes e uma conversa direta com o prefeito Eduardo Paes, dois pontos polêmicos do plano sofreram revisão imediata.
O plano, previsto para começar em junho, incluía proibir motos nas vias centrais e limitar sua velocidade a no máximo 60 km/h. O objetivo era reduzir acidentes, mas a repercussão foi imediata. Representantes dos motociclistas classificaram as medidas como radicais e desproporcionais.
Diante da pressão, o prefeito recuou. Após encontro com a Federação de Moto Clubes, dois trechos do plano foram reavaliados: a limitação de velocidade e a circulação em pistas centrais, como a Avenida Presidente Vargas. O novo texto do plano prevê ajustes gradativos, com foco na educação viária e não só em restrições.
Mesmo com as mudanças, a Prefeitura manterá ações estruturais importantes. Entre elas, a ampliação das motofaixas — uma tentativa de ordenar o trânsito e reduzir conflitos. Hoje, o Rio tem apenas 6km exclusivos para motos: 4km na Avenida Rei Pelé, na Zona Norte, e 2km na Autoestrada Fernando Mac Dowell, em São Conrado. A partir de junho, a malha será ampliada em mais 50km, com destaque para os 33km prometidos na Avenida das Américas, na Zona Oeste.
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O impacto dessas medidas está diretamente ligado a dados alarmantes. Em 2024, 723 pessoas perderam a vida nas ruas da cidade — média de duas mortes por dia. Desse total, 69% eram motociclistas. E o cenário só piorou: no primeiro trimestre de 2025, houve um salto de 17% no número de feridos em acidentes. Em mortes, o aumento foi ainda mais brutal: 43% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Plano de Segurança Viária tenta estancar essa sangria com uma combinação de faixas exclusivas, limitação de velocidade e reestruturação urbana. As novas faixas devem ser implantadas em pontos estratégicos, como a Rua Mário Ribeiro (2km), a Avenida Epitácio Pessoa (8km) e a Borges de Medeiros (7km), sempre com ações escalonadas.