
MPRJ busca condenação máxima para os réus do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes | Reprodução Instagram
Amanhã (30), às 9h, o IV Tribunal do Júri do Rio de Janeiro se tornará o palco de um dos julgamentos mais aguardados da história recente do Brasil. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO), pedirá a condenação máxima dos réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Os dois recebem a acusação de executar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
O Tribunal do Júri é uma instância que, em sua essência, reflete a participação da sociedade na Justiça. Para este caso, foram selecionados 21 jurados potenciais, dos quais sete serão sorteados para compor o júri final. Esses jurados, durante os dias de julgamento, estarão em regime de incomunicabilidade, em instalações restritas do Tribunal de Justiça do Rio, assegurando a imparcialidade do processo.
A acusação do MPRJ se baseia em evidências e em testemunhas-chave. Entre elas, está a jornalista Fernanda Chaves, a única sobrevivente do atentado. Seu depoimento, junto ao de familiares de Marielle e Anderson, e de policiais civis que participaram da investigação, promete trazer à tona a complexidade e a gravidade da situação.
A acusação e a defesa
Os réus enfrentam uma série de acusações: duplo homicídio triplamente qualificado e receptação do veículo usado no crime. A pena máxima para esses crimes pode chegar a impressionantes 84 anos de prisão. Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz serão ouvidos por videoconferência. O primeiro está preso em Tremembé, São Paulo. Já o segundo, cumpre pena em Brasília, no Complexo da Papuda.
O impacto social do julgamento
A repercussão do caso transcende o âmbito jurídico. O assassinato de Marielle Franco, uma mulher negra, ativista e mãe, simboliza a luta contra a violência de gênero e racial. Além da busca por justiça em um sistema frequentemente marcado pela desigualdade.
Um crime que abalou o país
O crime, ocorrido em 14 de março de 2018, chocou o Brasil e o mundo. Marielle Franco, uma voz forte em defesa dos direitos humanos, foi brutalmente assassinada em um atentado que também tirou a vida de Anderson, seu motorista. O caso tornou-se um símbolo de luta contra a impunidade e a violência que afeta muitas comunidades. A operação Lume, que resultou na prisão dos réus em março de 2019, trouxe esperança de justiça para aqueles que clamam por respostas.