
Motorista e passageiro baleados em megaoperação na Zona Norte do Rio | Reprodução
Motorista e passageiro de ônibus foram baleados durante megaoperação policial na Zona Norte do Rio. As agressões ocorreram em veículos distintos na Avenida Brasil e na Linha Vermelha, onde tiroteios intensos paralisaram as vias por mais de uma hora nesta terça-feira (10). Até o momento, 11 suspeitos foram presos, e a polícia apreendeu três fuzis, granadas e coquetéis molotov.
Os dois ônibus atingidos pertencem à empresa Evanil. O passageiro ferido viajava na linha 442B e foi levado ao Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. O motorista, que conduzia a linha 405D, recebeu atendimento no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Testemunhas relatam ferimentos no braço e no ombro das vítimas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o motorista caído no chão, fora do ônibus, tentando estancar o sangramento com ajuda de um passageiro e um motociclista. A situação causou pânico entre usuários do transporte. Pessoas se abaixaram nas estações do BRT e buscaram abrigo entre muretas enquanto os tiros ecoavam pela região.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semove) lamentou os episódios de violência no transporte coletivo e reforçou a colaboração com as autoridades, pedindo apoio para identificar os envolvidos por meio do Disque Denúncia.
O impacto do confronto chegou a fechar a Avenida Brasil por 1h30 entre Cidade Alta e Vigário Geral, além da interdição da Linha Vermelha até pouco antes das 8h. Técnicos da SuperVia também foram acionados após tiros atingirem a rede aérea de trens em Parada Lucas, limitando a circulação no ramal Saracuruna.
+ MAIS NOTÍCIAS DO RIO DE JANEIRO? CLIQUE AQUI
No corredor Transbrasil, linhas do BRT ficaram suspensas por segurança e, aos poucos, retornam ao funcionamento normal. O Rio Ônibus alertou para o prejuízo a cerca de 50 linhas de ônibus, reforçando o pedido para que a segurança pública garanta o direito de ir e vir.
Além do transporte, a operação afetou o funcionamento de 21 escolas e sete unidades de saúde, entre clínicas da família e centros municipais, com interrupções parciais ou totais dos serviços.
A megaoperação foi fruto de sete meses de investigação e mira a facção TCP, liderada por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão. O grupo atua com forte armamento, bloqueios, drones para monitoramento e ações violentas em comunidades da Zona Norte, como Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta.
Além do domínio territorial, o TCP impõe toque de recolher, monopólio de serviços públicos e promove intolerância religiosa. A facção também organiza protestos falsos e queimas de ônibus para dificultar a ação policial. Investigadores identificaram ainda um núcleo armado treinado para tentar abater aeronaves policiais.